Em um dia marcado por protestos em todo o país contra o governo de Jair Bolsonaro, Juliana Amaral, irmã de Paulo Gustavo, não ficou de fora e se manifestou nas redes sociais, no último sábado (29), criticando a gestão do presidente na pandemia de covid-19.
Por meio do Instagram, Juliana recusou as condolências enviadas por Bolsonaro no dia da morte do humorista e o acusou de ser o responsável pelas mais de 461 mil mortes de brasileiros pelo novo coronavírus.
“Sr. presidente, me disseram algo sobre o senhor ter postado condolências à minha família. Só agora tive forças de vir responder como o senhor merece, e o mínimo que eu posso lhe dizer é que, por coerência, nunca mais ponha na sua boca o nome do meu irmão. Essa boca que disse não à vacina e condenou tantos à morte, essa mesma boca que debochou imitando pessoas com falta de ar, pessoas que viveram o horror que meu irmão viveu, não pode ser usada para pronunciar o nome dele nem lamentar a morte de todos os vitimados pela Covid”, iniciou ela.
Juliana não parou por aí e reforçou seu recado. “Também espero que o senhor não despeje sobre minha família os seus mais sinceros sentimentos pois eu não os aceito. Não sei que sentimentos tem um homem que deixa um país inteiro entregue à morte. Guarde pra você seus sentimentos e não nos obrigue a lidar com eles.”
Além disso, a irmã do ator apontou o governo de Bolsonaro como “a pior gestão dessa pandemia mundial”.
“Seus votos de pesar também peço que deposite em sua própria consciência, pois é sobre o seu governo que pesa a pior gestão desta pandemia mundial. Espero que o senhor saiba que meu irmão e você não tinham nada em comum. Vocês trafegam em vias opostas. Enquanto ele ia na estrada da vida, do afeto, da generosidade e empatia, o senhor vem pelas trevas, trazendo escuridão e morte. O Brasil que o senhor comanda carrega nas costas quase 500 mil filhos mortos, e dentre eles o meu irmão”, encerrou.
Nos comentários, artistas concordaram com o posicionamento de Juliana. “Ju, que linda a sua tatuagem. Que forte tudo que você disse. Que suas palavras ecoem. Você tá coberta de razão e sentido”, falou Carolina Dieckmann. “Paulo VIVE em suas palavras perfeitas! O luto será transformado em LUTA! Por teu irmão e por todos meu amor. Sinta meu abraço hoje e sempre”, escreveu Danielle Winits. “Mandou muito bem, Juju”, disse Mariana Xavier.
Paulo Gustavo morreu em 4 de maio, aos 42 anos, após complicações da covid-19. Ele deixou o marido Thales Bretas e os filhos Gael e Romeu, de apenas 1 ano.
MANIFESTAÇÕES
Milhares de brasileiros foram às ruas no sábado (29) para protestarem contra o atual governo na pandemia. Artistas estiveram presentes com o uso de máscara de proteção e alguns lembraram da morte de Paulo Gustavo.
A atriz Samantha Schmütz foi uma delas e pediu a saída de Bolsonaro da presidência segurando um cartaz escrito: “Por Paulo Gustavo e por todas as 459 mil vítimas.”
Mônica Martelli também levou o nome do humorista às ruas de São Paulo em um cartaz preto. “Paulo Gustavo. 500 mil brasileiros mortos. Genocídio.”
Outros famosos como Renata Sorrah, Guta Stresser, Ana Hikari e Maria Ribeiro também protestaram nas ruas.