Repórter foi demitida da emissora depois de 42 anos de parceria com o canal
Da redação Publicado em 06/12/2022, às 12h24
Neide Duarte é uma das veteranas que deixou o jornalismo da TV Globo após 42 anos de trabalho, em um comum acordo. O fim da parceria aconteceu na última semana, mas somente agora, nesta terça-feira (6), uma carta de despedida da repórter foi divulgada.
No texto, obtido pelo Notícias da TV, a jornalista relembra a trajetória no canal, faz um extenso agradecimento a todos os colaboradores e lamenta que o ciclo tenha chegado ao fim. "Entrei na TV Globo de SP em 1980 como repórter. Saio agora, 42 anos depois ainda como repórter. Ser repórter foi sempre o que eu quis ser", inicou ela.
"Aprendi que repórter não pode perder o rumo da matéria diante da euforia coletiva ou da tragédia. O que a gente leva dessas reportagens, para sempre, é a alegria ou a dor dos outros. E depois viramos outras pessoas, transformadas por aqueles acontecimentos. É um trabalho, mas parece com a vida. Aprender leva tempo e agora, depois de 42 anos, sinto que estou no caminho certo, pronta para continuar o aprendizado."
Na sequência, Neide fez questão de citar todos os repórteres cinematográficos, operadores de áudio, técnicos, motoristas, secretárias, designers, produtores, editores de imagem e textos, chefes de reportagem, diretores e repórteres que passaram por seu caminho ao longo de tamanha trajetória.
"Passei por todos os programas de jornalismo da TV Globo: Bom Dia SP, Bom Dia Brasil, SPTV 1, Jornal Hoje, SPTV 2, Jornal Nacional, Jornal da Globo, Fantástico, Globo Repórter, em todos fui feliz, desesperada, entusiasmada, indignada, quantas vezes a repórter errada."
Nos últimos cinco anos, Neide estava no Globo Rural, o qual definiu como um ambiente de "alegria, camaradagem e bom trabalho". Para concluir, a jornalista foi sucinta: "Não quero ser triste, nem dramática, mas vou morrer de saudade", desabafou.
A repórter foi demitida em meio a uma renovação na redação do jornalismo da Globo, que já demitiu nomes como Carlos Tramontina, Chico Pinheiro, Francisco José e Renato Machado.
