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São raras as mulheres que cuidam da casa

Cássia Kis conta sobre sua vida doméstica e educação dos filhos

Luciana Bugni Publicado em 05/11/2015, às 14h00 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h44

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capa 992 - Globo - Caiua Franco
capa 992 - Globo - Caiua Franco
A atriz Cássia Kis, 57 anos, está se despedindo da personagem Djanira, na novela A Regra do Jogo. No fim da semana, a professora do Morro da Macaca será vítima de uma bala perdida e a Globo já confirmou sua morte.  “Em 37 anos de profissão, nunca fiz uma personagem tão perto de mim, que me interessasse tanto”, revelou sobre a mãe de Tóia (Vanessa Giácomo) e Romero (Alexandre Nero).
Mas o que liga a atriz a Djanira? As duas mulheres são simples, sem glamour e colocam os filhos em primeiro lugar. Aos 57 anos, Cássia é mãe de quatro: Joaquim, 18, Maria Cândida, 17, Pedro Gabriel, 11, e Pedro Miguel, 10. Que time, né? Veja como ela faz para educá-los e viver feliz!

Como você define Djanira?
Ela é uma guerreira. Quando li sobre a personagem, fui procurar informações de Nelson Mandela. Pesquisei muito a vida dele para me inspirar. Como ela é uma grande mulher, queria saber mais desse grande homem.

Ela é uma mulher simples, da comunidade e você já falou que se parecem. Como é você em casa?
Você vai me ver lavando calcinha e pensar: nossa, ela lava as calcinhas? Sim, eu lavo. Sei lavar roupa, sei cozinhar, sei cuidar dos filhos e do marido. Eu lavo o meu banheiro também. Eu fico chocada, porque hoje em dia são raras as mulheres que sabem fazer coisas do lar. Só que eu aprendi com minha família. A minha mãe me colocava ao lado do tanque, quando estava lavando roupa, e 
ficava conversando e me ensinando.

E você faz isso com seus filhos?
Eu ensino. Falo para a Maria Cândida que o mínimo que ela pode fazer é lavar as calcinhas dela. Coloco o sabão líquido e ensino a economizar água. 

E como consegue lidar com adolescente? Nem sempre é fácil...
Sim, eu faço isso com todos, mas é difícil. Hoje, no café da manhã, o Joaquim [o mais velho] levantou e deixou a mesa bagunçada. Eu falei: “Ei? Olha aqui! O que é isso?” Ele não contestou. Foi na mesma hora pegar um pano, limpou tudo e lavou sua louça. É fundamental saber que vivemos em uma comunidade e que precisamos um do outro. Ninguém está sozinho.

Então existem muitas regras rígidas em sua casa...
Os meus filhos sabem que quando entram no chuveiro, os primeiros quinze segundos de água fria tem que ir para um balde. Aquela água vai servir para lavar o banheiro, dar descarga, lavar roupa. A Amora [Mautner, diretora de A Regra do Jogo] me pergunta: “Como você traz tanta coisa para o personagem e para a novela?” E eu falo que faço tudo isso na minha casa. Se entrar no boxe e vir o balde vazio, sei que desperdiçaram. Então, desconto da mesada que eles recebem!

Essa (tirar dinheiro deles) seria uma maneira de educar?
É uma moral que eu não gosto, mas funciona. Tem uma parte da casa que eles não podem entrar de sapatos: se entrarem, pagam multa. Já disse que estão me devendo este mês e vou descontar da mesada. Por que está com tênis aqui no andar de cima, se sabe há quase 20 anos que não pode estar? Se está me obrigando a repetir, é porque não entendeu e então terei que agir de outra forma. Sei que isso é chato, mas é preciso, às vezes, para que eles criem disciplina.

Você sempre foi conhecida pela boa alimentação. Como faz para que eles sigam essa dieta saudável com tantas tentações de fast-food no mundo dos adolescentes?
Acho legal quando eles conseguem perceber o que faz bem e o que não faz. Quando alguém lá em casa começa a reclamar que está com dor não sei onde ou vai vomitar ou está com dor de cabeça, a primeira coisa que eu pergunto é: “O que você comeu?”

E você gosta de cozinhar...
Eu morei em uma comunidade e a alimentação era muito importante. Todo mundo tinha que preparar sua comida. A minha escola é a alimentação com saúde. Aproveito tudo na hora de cozinhar, sou uma mulher muito criteriosa.