O seu filho pede o que vê pela frente e, em resposta, você solta o título desta matéria. Saída ruim... Saiba, é possível evitar a mentira e não incentivar o consumismo
Algumas vezes, até as tarefas rotineiras (como sair para resolver um problema na rua ou passar no mercado para pegar itens básicos) podem se transformar em um desafio quando as crianças estão por perto. O principal motivo? As vitrines e prateleiras chamativas, que despertam a curiosidade delas e, principalmente, vontade. Logo começam os pedidos: “Mãe, compra pra mim?”, “Posso colocar no carrinho?”, e assim por diante... Mas, ainda bem, esse comportamento não é irreversível. Saiba como lidar com a situação.
1 Diferença entre necessidade e vontade
“Faz parte do ser humano desejar as coisas”, relembra Maíra Andrade Madeira, psicóloga clínica do Rio de Janeiro. Quantas vezes você não parou para olhar um sapato ou bolsa em uma loja? Tenha em mente que, na infância, as crianças ainda não possuem bases para compreender completamente a origem do dinheiro e a importância de economizar. Logo, é natural que esses pedidos (e as insistências) aconteçam. Além disso, muitas vezes, o querer está associado à socialização. O pensamento é: todos têm. Logo, eu preciso ter também para me enturmar. Saiba que esse é um sentimento válido e cabe aos pais ensinarem aos filhos a diferença entre
necessidade e vontade.
2 Não se deixe intimidar pelas reações
Ao dizer “não” para a aquisição de algum objeto, a reação do pequeno foi explosiva? Mantenha a tranquilidade. Se ele chorar, se jogar no chão ou gritar, diga com firmeza que, com essa atitude, o problema não será resolvido. Explique de forma simples o porquê de, naquela hora, não realizar a vontade dele. “Crianças são curiosas e gostam de receber explicações”, completa a profissional. O mais importante: não se deixe levar pelo nervoso a ponto de ceder ao pedido ou seu filho acreditará que essa é a melhor maneira de se portar ao se frustrar.
3 Aprenda a fazer negociações
Vocês estão passeando no shopping. O pequeno avista a loja de brinquedos e começa a pedir algo da vitrine. Em vez de somente dar uma resposta negativa, converse com ele e tente chegar a um acordo. Existem muitas possibilidades. Uma delas é oferecer o item como presente de aniversário, Dia das Crianças... A outra: avaliar o preço e, se for muito caro, pesquisar algo semelhante, mas com um valor menor. “Mostre para seu filho as qualidades que o produto mais barato possui, para que ele perceba que a troca será
vantajosa para ambos”, indica Maíra.
4 Estimule o hábito de economizar
Se a criança recebe uma mesada, incentive-a desde já o costume de poupar uma parte do dinheiro ao qual tem acesso. Pergunte a ela se há algo que deseja muito (como um jogo de videogame ou uma boneca nova) e combine de colocar em um porquinho uma
parte da quantia que ganha mensalmente – no máximo, até a metade do valor. Depois, faça as contas e diga a ela em quanto tempo será possível comprar o tal brinquedo. Essas lições de economia são válidas para todo o futuro! Exemplo: se a criança ganha R$ 50 por mês e o combinado for colocar R$ 20 no porquinho, ela conseguirá comprar um item de R$ 100 em apenas cinco meses. Explique isso para ela.
5 Cumpra sempre os combinados
Importante: faça valer a sua palavra, mesmo que nem sempre seja a opção mais agradável aos seus olhos. Imagine a seguinte situação: você pergunta ao seu filho se ele prefere uma festa de aniversário ou um brinquedo novo, deixando claro que só poderá
pagar por uma das duas escolhas. Ele opta pelo brinquedo, deixando a família, que adora fazer uma confraternização, totalmente frustrada. Então, quando chegar próximo à data de completar mais um ano, não ofereça uma grande festa, no máximo uma
reuniãozinha. Se não fizer o que prometeu, sua credibilidade ficará totalmente fragilizada.
6 Dê o exemplo dentro da sua casa
Quanto mais velhas as crianças ficam, mais percepção sobre o mundo elas passam a adquirir. Portanto, não adianta economizar quando o assunto é material escolar e não poupar a grana quando se trata de bens supérfluos, como roupas em excesso, acessórios
ou aparelhos eletrônicos. “Em algum momento, pode acreditar nisso, as crianças irão questionar essa postura incoerente”, garante a psicóloga.