Entenda como construir um ambiente esportivo mais saudável e inclusivo para nossas crianças
*Priscila Correia, do Aventuras Maternas, colunista de AnaMaria Digital Publicado em 08/12/2023, às 08h00
Nos bastidores das práticas esportivas infantis, uma sombra muitas vezes paira sobre a alegria natural e saudável do jogo: comportamentos inadequados e que impactam profundamente a experiência das crianças. Desde cobranças excessivas até manifestações de preconceitos e ocorrências de bullying, a prática coletiva ou até mesmo individual nem sempre é um campo de diversão e aprendizado.
Estes comportamentos de “aprendizados” negativos não apenas minam a alegria do esporte, mas também deixam marcas profundas no desenvolvimento emocional e psicológico dos pequenos e jovens atletas.
Na coluna desta semana, vamos falar sobre buscar os melhores comportamentos nas quadras, tatames, entre outros cenários para construir um ambiente esportivo mais saudável e inclusivo para nossas crianças.
É na infância que passamos por boa parte das experiências que vão moldar nossa vida adulta. E assim como as boas deixam marcas positivas, as ruins também deixam traumas. Para a educadora física Marina Soares, o excesso de cobrança por parte de professores e treinadores pode levar a problemas como ansiedade, baixa autoestima, desinteresse pelo esporte, desmotivação e até mesmo a desistência da atividade. “Crianças precisam de um ambiente encorajador, onde se sintam apoiadas a aprender e melhorar, em vez de serem constantemente pressionadas”, comenta.
Telma Rocha, mãe do Guilherme, de 13 anos, conta que o filho já fez judô, natação e, atualmente, faz aulas de basquete. Mas foi apenas com o atual treinador que o menino começou a se sentir à vontade e seguro. “Levei meu filho, a pedido dele, para fazer uma aula-teste de basquete, e ele foi inserido em um grupo de alunos que já estava relativamente avançado. Para começar, não houve acolhimento algum do professor, as aulas seguiram um ritmo costumeiro, e dele foi cobrado o mesmo desempenho dos demais alunos. O treino de basquete é intenso, cansativo, precisa de condicionamento físico, algo que meu filho, por estar iniciando no esporte, naquele momento, não tinha", conta.
Já na primeira aula, ele ficou exausto e começou a tossir e também a sentir faltar de ar. Apesar disso, o professor, segundo ela, foi excessivo e grosseiro nas cobranças, não o deixando parar. "Então, tive que interferir, pois o Gui já estava realmente passando mal, ficando cada vez mais desestabilizado e começou a chorar. Para nossa sorte, já pensando que ele poderia se cansar demais, levei a bombinha, pois ele faz tratamento para asma. Ele ficou bem, mas o trauma se instalou, apesar de termos tentado acolhê-lo da forma mais carinhosa. Foi difícil, porque sempre segui a linha de que meus filhos precisavam passar pelas experiências e tentar se adaptar, para que se tornassem pessoas fortes, mas para tudo há limite, e é preciso respeito. Neste caso específico, respeito à criança e as suas limitações”, afirma.
Após o episódio, Guilherme não quis voltar. “Ele se sentiu diminuído em relação às demais crianças que estavam dando conta do treino. Isso o deixou triste, envergonhado e com sentimento de inferioridade, que foi difícil de lidar e superar. Somente depois de três anos e muita conversa, ele voltou a demonstrar interesse e começou a treinar em outro lugar, onde está feliz e vivencia o esporte de forma saudável. Agora, além de se sentir motivado a melhorar suas habilidades, os alunos são tratados com ética e respeito, e são ensinados a manter a disciplina nas aulas, pontos de extrema importância, principalmente para quem já passou por uma experiência ruim”, complementa.
O professor de Educação Física Luiz Antonio Lebar Filho, que trabalha há 15 anos em escolas, explica que quando se fala em prática da educação física no colégio ou de instituições de esportes em um aspecto mais lúdico, devem ser feitos os combinados entre o professor e os alunos, a fim de que tudo o que acontece naquele momento seja realizado da melhor maneira possível, respeitando a criança (fisicamente e emocionalmente), a diversão e atrelando ao aprendizado (que provavelmente, será mais limitado pensando em competição).
“Quando falamos de esportes que envolvem competição, continuo a entender que a principal preocupação é com a criança nos aspectos físicos e emocionais, lembrando que ela está em formação, e que a própria competição irá gerar frustações (no caso das derrotas ou resultados “ruins”) e que esse trabalho deve ser realizado com muito cuidado, atenção e tato, para que essa frustação não gere cobranças exageradas pelos professores e pela família. Nesse caso, esses excessos de cobrança, aliada à frustação, podem até mesmo afastar a criança do esporte”, pontua.
Ele, inclusive, já presenciou um caso sobre cobranças negativas. “Já presenciei e acho inaceitável esse tipo de atitude e exposição para a criança. Infelizmente, acaba gerando medo e cria uma trava emocional na criança, pelo menos, por algum tempo. No caso, a presença positiva dos pais/família é fundamental para que esse tipo de situação não seja motivo desencadeador da desistência e de um possível trauma na vida da criança”, explica. “Devemos ter cuidado ao cobrar certo desempenho, quando, na verdade, devemos incentivar que a criança enfrente os seus medos e receios, e que tente entender os seus sentimentos (o frio na barriga, a ansiedade, o próprio medo, a frustação e tristeza, a alegria e a euforia)”, complementa.
Praticar esportes é essencial para todas as idades. Mas na infância, além dos benefícios físicos, é uma parte determinante na formação social dos pequenos. Para Rita Beatriz Lôpo Hastenreiter, Coordenadora do Departamento de Educação Física e Esporte do Colégio São Paulo, professora de Voleibol e Coordenadora Técnica e Executiva do Jcppar (Jogos dos Colégios particulares e parceiros da Bahia), o esporte, além do desenvolvimento psicomotor e de fundamentos técnicos da modalidade, contribui para a formação da cidadania e do caráter das crianças e adolescentes. “O respeito, o autoconhecimento, a superação e as relações interpessoais fazem parte dos valores vivenciados pelo esporte”, diz.
João Henderson Fernandes Oliveira, Coordenador de Educação Física e Esportes do Colégio 7 de Setembro, explica que o esporte, independentemente da modalidade, desenvolve diversas habilidades, sobretudo quando as crianças e os adolescentes são estimulados a conviverem em grupo. “Compreender situações e estratégias, tomar decisões, exercitar a memória e a linguagem, respeitar as diferenças são apenas alguns desses benefícios. Lembrando, ainda, que a prática desportiva também ajuda no amadurecimento social e emocional dos alunos”, diz. “Por outro lado, produzir um ambiente de pressão é extremamente nocivo para as relações sociais, além de impactar drasticamente o equilíbrio emocional dos alunos”, complementa.
Já Danilo Martinez Scremin, professor de Educação Física da Escola Canadense de Niterói, pontua, também, que por meio do esporte é possível desenvolver vários aprendizados, como aumentar a capacidade de relacionamento intra e inter pessoal e desenvolver a autoestima, a liderança e a autonomia. “O esporte também permite ao praticante sentimentos de respeito, socialização e proporciona o aumento da empatia, fato este em baixa, visto com o isolamento de jovens em seus celulares e redes sociais. E, é claro, os aprendizados para o aprimoramento da coordenação motora e também a melhora da aptidão física e manutenção da saúde física e mental”, comenta.
Lebar lembra, ainda, que o esporte, independentemente da sua modalidade, é fundamental para qualquer criança, pois tem impacto direto nos aspectos sociais, físicos, psíquicos e afetivos. “As crianças fazem novas amizades, desenvolvem os aspectos motores (lateralidade, noção espaço temporal, coordenação motora grossa e fina), conhecem melhor o próprio corpo e as suas limitações, desenvolvem capacidades como força, agilidade, flexibilidade e capacidade respiratória importantes para a saúde e sua fase de crescimento. A prática de esportes ainda combate a obesidade infantil e o sedentarismo, questões muito importantes nos dias atuais.
Mas José Samora Júnior, conhecido como Samorai, atleta de jiu-jitsu e idealizador e professor do Instituto de Performance Samorai e da Escola de Cursos Samorai, faz um lembrete importante: por definição, o esporte tem competição. O que separa o esporte da atividade física é a competição. "No entanto, quando se lida com criança, seja no esporte formal quanto no informal, nenhuma cobrança além do combinado com eles é aceitável. Por exemplo, se o seu filho pediu pra fazer natação e as aulas acontecem três vezes por semana às 7h, ele precisa entender que precisara dormir e acordar cedo, que nesses dias terá esse compromisso. Entretanto, se em algum momento não quiser mais fazer aulas, tudo bem. Basta terminar o período combinado e depois encerra. Essa é a única cobrança que você pode fazer com seu filho. O resto é só incentivo e aceitação”, diz.
A maioria de nós certamente já ouviu dizer que a natação é o esporte mais completo. Entretanto, essa fala, que era muito comum, perdeu espaço com o passar dos anos. Então, afinal, há algum esporte que tenha “mais ensinamentos” para os pequenos? Para João Henderson, os esportes são diversos e de características diferentes. Porém, a demanda apresentada por cada aluno é determinante para a escolha - ela é sempre pessoal e, na maioria das vezes, por afinidade. “Não há o melhor esporte!”, enfatiza.
Já Danilo Martinez Scremin acredita que todos os esportes tenham seus ensinamentos. Porém, não há como negar que alguns tenham mais ensinamentos. “Esportes de luta, como judô, tae kwon do etc, por toda sua trajetória e tradição, têm mais ensinamentos sobre o autoconhecimento, respeito ao próximo e ao mundo em que vivemos. E um exemplo da atualidade, destaco também o skate e a ginástica artística, que promovem a competição, desejando o sucesso de seu adversário. E, que ao final, vença quem acertou mais”, explica.
Para Rita Hastenreiter, todos os esportes, quando conduzidos de maneira pedagógica, promovem bons ensinamentos. “Acredito que durante a infância e adolescência, os esportes coletivos agregam o espírito de equipe e atitudes de companheirismo e resiliência, tão importantes no mundo moderno, onde a comunicação está cada vez mais distante e baseada nas mídias digitais”, pontua.
Incentivar crianças e adolescentes a se exercitarem é, como já dissemos, fundamental, mas é preciso ficar atento e saber onde termina o incentivo e começa o exagero. Afinal, a cobrança faz parte da prática do esporte, mas é preciso ter limites. Para Marina Soares, cobranças em esportes recreativos podem ultrapassar o limite aceitável quando começam a prejudicar o prazer e o desenvolvimento saudável da criança.
“Se a pressão para o desempenho interfere no gozo da atividade, na autoestima ou nas relações sociais da criança, é necessário reavaliar a abordagem. Já em competições formais, é fundamental equilibrar a busca pela excelência com a compreensão de que as crianças estão em processo de aprendizagem. A cobrança deve ser construtiva, incentivando o esforço e o desenvolvimento, em vez de focar apenas em resultados. É essencial manter um ambiente positivo e encorajador. Cobranças excessivas podem ter efeitos adversos no bem-estar emocional e na motivação das crianças”, enfatiza.
Hastenreiter, lembra, ainda, que o esporte pode ser vivenciado em três vertentes: Esporte Educacional, Esporte de lazer e Esporte de rendimento. “Realmente, no esporte competitivo, o treinamento é árduo, muitas horas de treino, cobranças de resultados, pressão fisiológica e psicológica. Muitas vezes, crianças promissoras acabam largando o esporte precocemente. Outras acabam posteriormente se lamentando por não terem tido infância e tendo até crises de depressão. A psicologia esportiva cada vez mais está presente na equipe multidisciplinar, mas ter o apoio da família e momentos de lazer com amigos é fundamental”.
E complementa: “Infelizmente já presenciei técnicos depreciando seus alunos, desmerecendo performances e até com agressões verbais. Em alguns casos, semblantes assustados, choros e desistência da competição. A intervenção de algum outro profissional mais qualificado no momento e acolhimento da família e amigos certamente auxiliam nestes momentos. A cobrança de performance no esporte de rendimento existe de maneira mais efetiva. O sucesso está em saber a dose certa para estar sempre estimulando o aluno a querer se superar, havendo um suporte de uma equipe multidisciplinar e adequação do período de treinamento, possibilitando o nível de maturação fisiológica, psicológica e social”.
Para Luiz Lebar, o incentivo deve ser sempre positivo e, se existe uma cobrança, tem que ter um limite - e esse limite é o do momento da criança. “Quanto tempo a criança pratica esse esporte? Como ela pratica? É individual ou coletivo? Essas cobranças, quando realizadas de maneira a melhorar a dinâmica do esporte e da própria pratica da criança, como um ajuste de posição, de toque na bola, de movimento do braço, de distância a ser tomada, entre outras, são cobranças positivas, desde que a comunicação seja clara e objetiva com a criança, de acordo com a idade e maturidade dela e do que ela vem aprendendo. Sem dúvida, ultrapassar o limite é quando a cobrança vem carregada de negatividade com palavras e gestos que levam a criança a acreditar que ela não é capaz. Como profissional de Educação Física, eu tenho o dever de mostrar para as crianças que, mesmo enfrentando desafios muitas vezes não superados, que essas derrotas se tornem combustível para elas continuarem a se preparar para os novos desafios que virão, afinal, a vida é exatamente assim”, determina.
João Henderson pontua, ainda, que em competições, o papel do professor é construir conhecimento, estabelecer pontos de partida e, caso necessário, remotar/retornar para determinados assuntos, dentro ou fora da competição. “O erro está em queimar etapas, não ser intencional, valorizar o ganhar a qualquer custo. Essa linha gera, mais cedo ou mais tarde, uma ruptura dos limites aceitáveis”, diz.
E Danilo Martinez Scremin vai além: “A partir do momento em que a cobrança por resultados é maior que os ensinamentos passados, o esporte deixa de ser saudável, visto que a saúde mental das crianças é atingida diretamente, gerando, repulsa sobre a atividade, ou até mesmo o abandono da atividade física em geral. Ou, algo pior, formar crianças com o intuito de que só o resultado importa, mesmo que ela precise passar por cima de regras, se o resultado vier, é o que interessa, acabando com todo o processo de ensino e aprendizagem que o esporte traz. Uma coisa é você pedir e tentar, como treinador, estimular e incentivar a criança para evoluir. Outra é quando o treinador/professor ultrapassam o limite ao dizer, por exemplo, que só os que venceram uma partida, ou os que acertaram todos os passes etc, são os bons e que irão dar bons resultados. É preciso saber cobrar, com empatia e percepção do grupo. O professor deve conhecer seu grupo e seus treinados. Saber o que cada um pode entregar. Sendo assim, o aceitável é pedir tudo aquilo que foi treinado e lembrar dos objetivos de cada atleta ou grupo dentro da competição. A cobrança faz parte do esporte. Cobrar que você entregue seu máximo possível, respeitando o ciclo de treinamento e que você possa ter seus objetivos claros e traçados, tanto para bater metas pessoais quanto recordes da modalidade, ok. Algo completamente diferente de uma cobrança com crianças que perdem um pênalti em uma final. Ou que por querer brincar mais, não realizou todo o treino proposto daquele dia. Enfim, concluo que a cobrança não deve ser maior que os ensinamentos que o esporte proporciona, principalmente em crianças e adolescentes. Deve haver equilíbrio”, determina.
Samorai, lembra, porém, que as cobranças, muitas vezes, podem partir dos pais, e não dos treinadores. “Muitos transferem para os filhos suas frustrações e o resultado disso é péssimo. Se os pais colocam uma carga exagerada de cobrança, a criança pode não saber lidar e isso vai virar uma pressão enorme, muitas vezes até causando um abandono do esporte. Já vi pais exagerando em jogos infantis de escola, onde é muito comum de se ver cobrança e pressão. É responsável brigando com o juiz, xingando o atleta adversário que tem pouca idade, colocando pressão emocional em todo o time etc. Esse tipo de situação, inclusive, interfere não apenas no rendimento dos próprios filhos, mas em toda a equipe”, pontua. “Eu sempre digo para minha filha que a medalha é só uma brincadeira que a gente faz entre amigos, mas o que importa é fazer o que amamos”, complementa.
A prática esportiva é sempre estimulada por especialistas e médicos por conta dos inúmeros benefícios não apenas para o corpo, mas também pelo desenvolvimento social e cognitivo e ambiente inclusivo que proporciona. Entretanto, não é raro encontrar casos de abusos – que incluem violência, agressão e comportamentos inaceitáveis - nesse universo, especialmente quando as crianças passam de simples alunos para atletas de alto rendimento que participam de competições municipais, estaduais, nacionais e até no exterior. Mas é possível mudar essa realidade. Como? Estabelecendo limites e seguindo algumas regras, como consta na Cartilha lançada pela Hebraica Rio.
"A violência, incluindo casos de racismo, homofobia, misoginia e ameaças, é inaceitável, especialmente quando direcionada a crianças que participam dos jogos", diz Luiz Mairovitch, presidente da Hebraica Rio. Referência no esporte, o clube de Laranjeiras sempre se destacou por oferecer um ambiente acolhedor para crianças de diferentes contextos econômicos que participam do treinamento de futsal - inclusive, além dos treinos com foco no esporte, o clube proporciona suporte integral, incluindo lanches, uniformes e todo o suporte necessário para que as crianças possam se dedicar sem outras preocupações. "Nosso objetivo vai além do treinamento esportivo. Queremos criar um ambiente acolhedor e inclusivo, oferecendo suporte não apenas para o desenvolvimento esportivo, mas também pessoal das crianças", enfatiza Mairovitch. E continua: “Um clube ou academia podem ir além da competição, oferecendo um ambiente positivo e inclusivo para crianças de todas as origens. Este espaço não só promove o desenvolvimento esportivo, mas também valores fundamentais de respeito, inclusão e apoio mútuo, criando um impacto positivo na vida dos jovens atletas”.
Mas criar um ambiente saudável e inclusivo dentro de um meio tão competitivo quanto é o esporte é difícil, mas não impossível. Para isso, é necessário haver comprometimento com algumas diretrizes que visam não apenas a alta performance dos atletas, mas também o desenvolvimento positivo dessas crianças e jovens, inclusive para promover valores importantes dentro e fora do campo. A seguir, conheça a Cartilha de Boas Práticas Desportivas da Hebraica Rio, com 10 para melhorar o ambiente e o comportamento no esporte - esses ensinamentos servem como base para a rotina de treinos e campeonatos das equipes da Hebraica Rio.
1. Respeito mútuo: Pais, alunos e profissionais devem cultivar um ambiente de respeito, compreendendo que todos têm um papel importante no desenvolvimento esportivo;
2. Educação em primeiro lugar: Enfatizar a importância da educação e do fair play, valorizando o comportamento ético e respeitoso no jogo e na vida;
3. Valorização do esforço e dedicação: Incentivar o reconhecimento do esforço e da dedicação, independentemente do resultado final, promovendo uma mentalidade de crescimento;
4. Tolerância zero para discriminação: Combater atitudes discriminatórias como racismo, homofobia e misoginia, criando um ambiente seguro e inclusivo para todos;
5. Responsabilidade emocional: Pais e profissionais devem orientar sobre o controle das emoções, ensinando que discussões e agressões verbais não são aceitáveis;
6. Exemplo dos adultos: Pais e profissionais devem ser modelos de comportamento positivo, demonstrando respeito, fair play e controle emocional em todas as situações;
7. Enfoque na diversão e no aprendizado: Priorizar não apenas os resultados, mas também a diversão e o aprendizado, destacando a importância da experiência esportiva para o desenvolvimento global dos jovens atletas;
8. Apoio mútuo: Encorajar a colaboração e o apoio entre colegas, promovendo um ambiente de união e respeito, onde todos se sentem apoiados e valorizados;
9. Comunicação aberta: Estimular a comunicação aberta entre pais, alunos e profissionais, incentivando o diálogo construtivo para resolver conflitos e melhorar o ambiente esportivo;
10. Desenvolvimento de habilidades sociais: Reconhecer que o futsal não se trata apenas de habilidades esportivas, mas também do desenvolvimento de habilidades sociais e emocionais fundamentais para a vida.
Para terminar, o conselho de quem já passou por isso: “Acompanhem seus filhos de perto, em qualquer esporte que possam fazer, principalmente nos primeiros momentos. Não exijam desempenho, mas sim esforço. O esporte ensina respeito, disciplina e ética, e é justamente por isso que devemos procurar um ambiente saudável para a prática do esporte, para que nossos filhos possam, cada vez mais, ter esses valores reforçados. Pode não ser a escola mais renomada, mas que seja a que ajuda na construção de um ser humano seguro e feliz”, diz Telma Rocha, mãe do Guilherme.
E Luiz Lebar complementa: “Primeiro, incentive os seus filhos e filhas a praticarem esportes. Incentivem as escolhas deles. Apoiem e sejam o porto seguro para toda e qualquer frustação e nos momentos mais difíceis estejam ao lado deles. Segundo, sempre conheçam bem os profissionais envolvidos e a filosofia de trabalho dos mesmos e da instituição em que ele trabalha. E terceiro, sejam exemplos para eles! Você não precisa praticar o mesmo esporte que o seu filho ou filha, mas faça alguma atividade física com eles, brinquem com eles, seja exemplo!”.