Já pensou em alugar um ou mais cômodos da sua casa para turistas? Essa prática, bem comum lá fora, pode ser uma boa em época de crise
Cada vez mais comum por aqui, alugar um ou mais quartos para turistas tem virado uma boa saída para quem precisa de um dinheiro extra para complementar o orçamento. Muita gente se deu bem nessa durante a Copa do Mundo, no ano passado. É só ter espaço em casa e disposição para receber os hóspedes. Cada anfitrião decide quais os serviços que estarão inclusos, como refeições e limpeza do quarto. Para facilitar a comunicação das duas partes, foi criado em 2008 o Airbnb (pronuncia-se érbi-en-bi), um site que ajuda pessoas do mundo inteiro a anunciar e a reservar acomodações. Conversamos com Samuel Soares, gerente de marketing da ferramenta, que explicou como funciona o negócio.
O que fazer para se tornar um anfitrião?
Qualquer pessoa que tiver um espaço livre, seja um quarto ou uma casa inteira, pode cadastrar-se no Airbnb. Basta entrar no site (www.airbnb.com.br) e criar um perfil com as características do espaço, regras da casa, a rotina dos moradores, se tem animal de estimação, tudo bem detalhadinho. Não se esqueça de colocar fotos: quanto mais legais elas forem, mais chance de sua casa chamar a atenção dos interessados. Arrume bem o lugar antes de fotografar. Além disso, é importante descrever honestamente o anúncio. Isso evita que hóspedes e anfitriões tenham surpresas no futuro.
E se eu quiser me hospedar na casa de alguém? O que faço?
Como o anfitrião, o hóspede também precisa ter um perfil com dados. É necessário ainda que a pessoa escaneie o documento de identidade e, se tiver Facebook, conecte a conta com o perfil do site. Assim, o dono da casa tem mais informações.
Preciso pagar alguma coisa para anunciar?
Não. O que existe é uma taxa de administração e transação caso a reserva seja confirmada. O site desconta 3% do valor que repassará para o dono da casa, enquanto o viajante pagará de 6 a 12% a mais, dependendo do valor do aluguel. Exemplo: se a diária for de R$ 100 por noite, o anfitrião vai receber no final R$ 97 e o hóspede terá que pagar de R$ 106 a R$ 112. Esse é o jeito de eles terem lucro, mas, pensando bem, não é tanto assim se levarmos em conta que a viagem de férias estará praticamente livre de perrengues com a ajuda do site. É bom lembrar que não dá para pechinchar.
Como saber se o lugar é seguro?
O site dá suporte 24 horas, seja por e-mail, telefone ou redes sociais. É possível entrar também nos anúncios para ver comentários de estadias anteriores. Para assegurar ao dono da casa, o Airbnb cobre até cerca de R$ 3 milhões caso aconteça qualquer dano.
E se o hóspede cancelar a reserva?
De acordo com Soares, o reembolso vai depender das condições determinadas pelo anfitrião e aceitas pelo hóspede na hora da reserva. Mas as taxas de transação, independentemente da política, não são devolvidas.
"Resolvi reformar a casa para conseguir receber mais gente. Tenho 8 banheiros!”
“Decidi fazer um anúncio em 2011, pois estava precisando de dinheiro. A partir daí, não parei mais: além da grana, comecei a ter gosto de ser anfitriã. Resolvi reformar a casa para receber mais gente. Hoje, tenho três suítes – uma minha –, oito banheiros e duas cozinhas. Mas meu lar não é um hotel! Não tem serviço de quarto, mas limpo os banheiros, sala, varanda, jardim e as cozinhas. Só na época da Copa do Mundo, recebi cerca de 100 pessoas. Ganhei um bom dinheiro e, além de tudo, tive a oportunidade de conhecer gente do mundo todo. Vou me aposentar no ano que vem, mas não vou parar de ser anfitriã tão cedo!“
Eulina Caetano, 39 anos, é de Belo Horizonte (MG)