Perder o emprego é um baque grande e afeta o cotidiano de toda a família. Mas, com calma e planejamento, logo as coisas voltam para os eixos
O país passa por um momento difícil e isso pode afetar uma série de coisas em nossa vida – até nosso emprego. De acordo com o IBGE, a taxa de desemprego no Brasil vem crescendo mês a mês. Em julho, atingia 7,5% da população, nível bastante alto. Claro que ninguém quer entrar para essa estatística, mas, se isso acontecer, é importante saber como agir. “Primeiro, mantenha a calma. Os profissionais que são demitidos passam por três fases: choque, aceitação e ação. Quanto mais rápido chegarem à terceira fase, maiores as chances de manter a autoestima e a motivação, e de ter melhores resultados na busca por uma nova colocação”, explica a consultora Madalena Feliciano, diretora da Outliers Careers, de São Paulo. Confira, a seguir, outras dicas valiosas da especialista.
Nada de encarar a fase como férias
Comece a procurar emprego logo após a demissão. Um dos principais erros nessa hora é cair na tentação de tirar “férias” por conta própria. “Algumas pessoas aproveitam o tempo livre para viajar e usam o dinheiro da rescisão para bancar o passeio. Só vão se preocupar quando veem que as reservas financeiras estão acabando”, diz Madalena. Portanto, a não ser que você tenha mesmo um dinheiro guardado para financiar a viagem sem se apertar, o melhor é ficar em casa planejando o futuro – e economizando.
Cuide das finanças
Você não terá salário por um tempo, mas as despesas fixas continuarão iguais. Economize no que for possível e organize-se para pagar todas as contas nos próximos meses. Dados do IBGE mostram que 54% dos desempregados levam até seis meses para conseguir uma recolocação e 11% podem demorar até dois anos para isso. Planejar bem como usar suas reservas nesse período
é crucial.
Dê uma boa lida no seu currículo, que provavelmente está esquecido numa gaveta ou num arquivo de computador, e atualize-o. Coloque informações objetivas, seja clara, foque em sua meta, descreva suas qualificações, sua formação e mencione cursos complementares que frequentou nos últimos tempos. Se faz algum trabalho voluntário, é legal citar.
Enxergue a busca como trabalho
“Procurar emprego é um trabalho e deve ser uma atividade diária”, alerta Madalena. Tenha horário para começar a busca todos os dias, horário para uma pausa e também para encerrar o “expediente”. Separe algumas horas para mandar currículos, outras para fazer contatos por telefone e assim por diante. “Não adianta sair atirando para todos os lados, sem planejamento”, diz a consultora. Monte uma agenda com compromissos que podem ajudar, como visitar empresas e almoçar com conhecidos que atuam na sua área. Manter contato com os colegas também é fundamental.
Não espere a última parcela
O seguro-desemprego (benefício que o governo paga por até cinco meses para trabalhadores demitidos sem justa causa) ajuda nas despesas de casa, mas não deve ser encarado como ordenado. “Jamais espere terminar de receber todas as parcelas para então procurar um emprego. Antecipe-se para não ter surpresas”, alerta a consultora.
Considere abrir um negócio
Três a cada dez brasileiros sonham em ter seu próprio negócio.
Se você também faz parte desse grupo, a demissão pode ser uma boa oportunidade para tirar seu projeto do papel. Mas lembre-se de que abrir uma empresa requer cuidados. O segredo do sucesso está em identificar produtos ou serviços que tenham público na sua região. Será que você garantirá venda suficiente para cobrir as despesas e ainda ter lucro? Em tempos de crise, fazer esse tipo de cálculo é ainda mais complicado: o mercado fica mais instável, todo mundo está segurando a grana e comprando menos. “Na dúvida, procure um especialista, dessa forma evitará correr riscos desnecessários”, explica Madalena Feliciano. Dar uma boa pesquisada no portal do Sebrae (sebrae.com.br) pode ser um bom primeiro passo.