“Meu desejo é ter uma casa própria, mas não sou muito organizada financeiramente. Pode me dar dicas para realizar esse sonho logo?”, R. E., por e-mail.
Ter um imóvel próprio ainda é o número um da lista de prioridades de muitos brasileiros, afinal, a aquisição de uma casa ou apartamento ainda é vista como sinal de estabilidade. No entanto, a compra do mesmo, seja em qual idade for, precisa ser feita de forma consciente e planejada.
A despesa com moradia, alugada ou própria, ainda representa uma parcela significativa da renda da maior parte das famílias e, normalmente, essa é uma aquisição que envolve economia de vários anos. Para que o sonho não vire pesadelo, é preciso, primeiramente, analisar o orçamento familiar e entender se o objetivo cabe dentro da realidade em que todos se encontram. Sempre que temos um grande objetivo precisamos fazer escolhas – e isso significa fazer renúncias também.
Para escolher um imóvel adequado, é imprescindível considerar a localização e a distância para o trabalho, a escola e o comércio local disponível, por exemplo. Além disso, o estado de conservação do imóvel e a necessidade ou não de realizar reformas, o valor do condomínio, taxas extras e IPTU também devem ser levados em conta.
Muitas vezes, por falta de organização financeira, adquire-se um imóvel muito pequeno ou com localização ruim, o que poderá afetar negativamente o dia a dia da família.
À VISTA OU FINANCIADO?
Depende. Se tiver recursos para comprar à vista, é possível negociar melhor as condições de compra, reduzindo o valor do imóvel. É importante considerar a manutenção da reserva de emergência e os gastos com a documentação, reforma e mudança.
Para quem tem saldo no FGTS e é assalariado, adquirir um imóvel financiado, aproveitando a redução das taxas de juros, pode ser um bom negócio.
ALUGUEL VS. CASA PRÓPRIA
Também gosto sempre de lembrar que é preciso considerar qual o custo você teria com o aluguel de um imóvel semelhante, pois, acredite, muitas vezes, vale bem mais a pena, do ponto de vista financeiro, seguir com a locação e investir muito bem os seus recursos financeiros, garantido a rentabilidade e também liquidez. Analise com cuidado e atenção sua situação e só então tome uma decisão.
ALGUNS CUIDADOS
É preciso tomar muito cuidado com o comprometimento da renda, lembrando sempre que um endividamento saudável não deve ultrapassar 30% da renda mensal. Conforme já mencionado anteriormente, outro ponto importante é considerar também os demais custos que impactarão no orçamento pessoal. Faça as contas.
*LUCIANA IKEDO (@lucianaikedo) é assessora de investimentos com certificação CFP®, MBA Internacional pela FGV, com extensão na Ohio University (EUA) e em Finanças pelo Ibemec/Insper.