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Dinheiro / GOVERNO PODE USAR?

Brasileiros têm R$ 8,56 bi esquecidos para sacar, diz BC; como consultar e retirar o dinheiro?

Banco Central explica como funciona o resgate de valores esquecidos em instituições financeiras no Sistema de Valores a Receber (SVR)

Guilherme Giagio
por Guilherme Giagio

Publicado em 09/09/2024, às 13h00

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Os valores não sacados poderão ser usados pelo Governo para fechar contas públicas. - Foto: Divulgação/Governo do Estado de São Paulo
Os valores não sacados poderão ser usados pelo Governo para fechar contas públicas. - Foto: Divulgação/Governo do Estado de São Paulo

Os brasileiros ainda têm R$ 8,56 bilhões esquecidos no sistema financeiro e disponíveis para sacar. A informação é do Banco Central (BC), que divulgou o último informe, referente ao mês de julho, na última sexta-feira (6). Até o momento, R$ 7,67 bi do total de R$ 16,23 bi foram devolvidos.

Esses recursos provêm de contas bancárias, consórcios, cooperativas de crédito, entre outros tipos de instituições financeiras, e estão disponíveis no Sistema de Valores a Receber (SVR). Os valores não sacados poderão ser usados pelo Governo para fechar contas públicas.

Em sua maioria, os valores esquecidos são relativamente baixos.

  • Até R$ 10: 72,3%;
  • Entre R$ 10,01 e R$ 100: 29%;
  • Entre R$ 100,01 e R$ 1000: 11,35%;
  • Acima de R$ 1000,01: 2,05%.

Além disso, a maior parte do montante — aproximadamente R$ 6,5bi, é destinada a cerca de 42 milhões de pessoas físicas. Os demais valores são referentes a pouco mais de 3,6 milhões de empresas. 

  • Bancos: R$ 4.957.390.321,59;
  • Administradores de consórcio: R$ 2.391.412.400,02;
  • Cooperativas: R$ 808.762.468,76;
  • Instituições de pagamento: R$ 263.436.930,62;
  • Financeiras: R$ 127.142.073,77;
  • Corretoras e distribuidoras: R$ 9.951.990,80;
  • Outras: R$ 5.836.236,68.

O Sistema de Valores a Receber (SVR)

O Sistema de Valores a Receber (SVR) foi criado pelo Banco Central como uma ferramenta para facilitar o resgate desses montantes esquecidos. Por meio da plataforma online, é possível consultar se há recursos disponíveis em nome de uma pessoa física ou jurídica.

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A plataforma do Governo Federal já garantiu o saque de mais de 7 bilhões. Foto: Mateus André/Freepik

Desde o lançamento do sistema, em 2022, milhões de brasileiros já resgataram seus valores, mas o saldo atual ainda mostra que R$ 8,56 bilhões continuam à disposição do público. A expectativa do Banco Central é que o sistema continue funcionando e que, gradualmente, os brasileiros recuperem esses recursos.

Mas, afinal, como consultar e retirar o dinheiro esquecido no BC? A consulta aos valores pode ser feita de maneira simples e gratuita no site oficial do Banco Central, dentro do Sistema de Valores a Receber. O processo consiste em alguns passos básicos: primeiramente, é necessário acessar o site do SVR e realizar o login utilizando a conta no sistema Gov.br, o portal unificado do governo federal.

Após o login, o sistema informará se há valores a serem resgatados e de quais instituições eles se originam. Caso existam valores disponíveis, o cidadão poderá recebê-los diretamente em sua conta bancária, via PIX em até 12 dias úteis ou transferência bancária, que requer que o indivíduo entre em contato com a instituição.

Governo pode usar esses valores esquecidos?

Em agosto, o Senado Federal aprovou um projeto substitutivo do senador Jaques Wagner (PT-BA) que autoriza o repasse desses recursos para o Tesouro Nacional. A proposta, que ainda precisa ser aprovada pela Câmara dos Deputados, prevê que os montantes não reclamados pelos correntistas possam ser utilizados para compensar as perdas causadas pela desoneração da folha de pagamentos.

O projeto faz parte de um esforço conjunto entre o Congresso Nacional e o Ministério da Fazenda para atingir a meta de déficit zero nas contas públicas, uma promessa do governo para o ano de 2024. Wagner destacou a “particular dedicação do ministro Fernando Haddad”.

Até que o projeto seja concluído, o Banco Central continuará garantindo que os recursos permaneçam à disposição dos brasileiros, sem qualquer perda para os correntistas que decidam retirar seu dinheiro.

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