Basta uma rápida passagem de olho no feed das redes sociais e vemos que há pessoas escolhendo a marca da vacina contra Covid-19 a ser tomada. Mas, será que isso faz sentido?
Segundo a Brianna Nicoletti, médica Alergista e Imunologista pela USP, uma vacina eficaz é capaz de estimular diferentes aspectos da resposta imunológica, que, de maneira geral, é composta pela imunidade inata, adaptativa celular e adaptativa humoral.
As vacinas contra Covid-19 disponibilizadas no Brasil foram todas testadas e aprovadas pela Anvisa e, portanto, são seguras e eficazes para o uso na população. A diferença entre elas se dá pela tecnologia empregada na fabricação. “Os imunizantes da Astrazeneca e Janssen, disponíveis no país, são feitos com adenovírus modificado e, embora seja raro, ambas podem causar trombose pela ativação imunológica plaqueatária e, por isso, são contraindicadas às grávidas e puérperas de até 45 dias”, conta a médica.
Mas, para a população geral, essas vacinas são seguras: “em nota informativa emitida pela Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo com o Centro de Vigilância Epidemiológica e com a Coordenadoria de Controle de doenças foi evidenciado que, até o dia 22/04/2021, foram aplicadas 1.590.064 doses da vacina da Astrazeneca sem nenhum caso registrado de trombose com trombocitopenia (plaquetas < 150.000)”, cita ela.
Mesmo pacientes com problemas cardíacos e histórico de sangramento podem tomar a vacina e, em caso de dúvidas, consultar o médico para orientação. “É preciso reforçar que os benefícios da utilização das vacinas superam os riscos associados, que os eventos de trombose são raros. Não há evidências de que pessoas que apresentaram trombose ou fatores de risco para trombose tenham maior risco de desenvolver reação à vacina.”
A vacina da Pfizer também apresenta reações anafiláticas, mesmo que raras. Brianna lembra que reação alérgica imediata não é uma contraindicação à imunização, mas dependendo do risco, o médico pode solicitar o adiamento da vacinação ou indicar a marca a ser tomada.