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Comportamento / DIREITO DAS MULHERES

Movimento 4B: mulheres rejeitam relacionamentos com homens

Mulheres sul-coreanas adotam movimento 4B e rejeitam relacionamentos com homens em resposta à cultura patriarcal e a desigualdade de gênero

Da Redação Publicado em 21/08/2024, às 16h00

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Mulheres sul-coreanas adotam movimento 4B em resposta à cultura patriarcal - Imagem │Unsplash
Mulheres sul-coreanas adotam movimento 4B em resposta à cultura patriarcal - Imagem │Unsplash

Um crescente grupo de mulheres na Coreia do Sul tem optado por não se envolver em relacionamentos com homens, dando origem ao denominado movimento 4B. O termo refere-se a quatro palavras em coreano que começam com a letra B: bisekseu (não ter sexo com homens), bichulsan (não dar à luz), biyeonae (não namorar homens) e bihon (não se casar com homens).

Segundo a jornalista sul-coreana Hawon Jung, autora do livro ‘Flowers of Fire: The Inside Story of South Korea's Feminist Movement and What It Means for Women's Rights Worldwide’, o movimento 4B é complexo e multifacetado e tem sido praticado discretamente nos últimos anos. Embora não haja um consenso sobre seu início, especialistas sugerem que ele ganhou força entre 2018 e 2019.

Como surgiu o movimento 4B?

Antes do surgimento do 4B, diversos movimentos feministas começaram a questionar a posição das mulheres na sociedade sul-coreana. Em um relatório do Fórum Econômico Mundial, a Coreia do Sul ficou na 105ª posição em termos de igualdade de gênero, enquanto o Brasil ocupou o 57º lugar. Movimentos como ‘Escapando do Espartilho’ e ‘Me Too da Ásia’ ganharam destaque no final dos anos 2010. O ‘Me Too’, que se iniciou em 2006 e está presente em diversos países, é um movimento contra o assédio sexual e a agressão sexual. 

Movimento 4B: mulheres rejeitam relacionamentos com homens
Unsplash│Mulheres sul-coreanas adotam movimento 4B em resposta à cultura patriarcal

Na Coreia do Sul, as mulheres sofrem grande pressão para aderir a tratamentos estéticos, gastando grandes quantias com produtos de beleza para atender aos padrões de beleza. Em resposta a esse comportamento, mulheres começaram a incentivar umas às outras através do Twitter, atual X, a investir mais em suas próprias ambições. Fotos de cosméticos destruídos e cortes de cabelo desalinhados acompanhadas da hashtag do movimento começaram a circular na rede social.

Paralelo a isso, entre 2018 e 2019, casos polêmicos de assédio e abuso sexual envolvendo figuras públicas como o monge budista Ko Un e o candidato presidencial Ahn Hee-jung desencadearam uma onda de denúncias. Em 2022, um caso de feminicídio atraiu atenção nacional quando uma mulher foi assassinada no banheiro do metrô onde trabalhava após anos sendo perseguida por um colega. Este crime destacou as falhas nas punições por stalking e voyeurismo digital no país. 

O movimento 4B ainda é pequeno e concentrado entre jovens conectadas ao mundo virtual. Entretanto, a decisão de evitar relações com homens é vista como uma forma de declaração política contra as expectativas tradicionais.

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