AnaMaria
Busca
Facebook AnaMariaTwitter AnaMariaInstagram AnaMariaYoutube AnaMariaTiktok AnaMariaSpotify AnaMaria
Comportamento / Autismo

Mitos e verdades sobre o Transtorno do Espectro Autista

Especialista reforça a conscientização sobre a necessidade de praticar a inclusão

Karla Precioso
por Karla Precioso
[email protected]

Publicado em 09/10/2022, às 08h00

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Apesar de relativamente comum, muitas pessoas ainda não conhecem a fundo o autism - Pixabay/kekulé
Apesar de relativamente comum, muitas pessoas ainda não conhecem a fundo o autism - Pixabay/kekulé

Estima-se que em todo o mundo o Transtorno do Espectro Autista (TEA) atinge uma em cada 160 crianças, de acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), e já soma mais de 70 milhões de pessoas que vivem com o autismo, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). Apesar de relativamente comum, muitas pessoas ainda não conhecem a fundo o autismo. Além de prejudicar o diagnóstico, essa falta de informação traz muitos desafios para as pessoas com autismo e seus familiares. 

Pensando na importância da conscientização e informação, a professora do curso de Psicologia do Centro Universitário de João Pessoa (Unipê), Sandra Helena Mousinho Benevides, esclareceu alguns mitos e verdades a respeito do assunto.

1. O autismo é uma doença:

MITO

Trata-se de um transtorno do neurodesenvolvimento que possui diversas particularidades. Uma das principais características é a dificuldade de interação social e comunicação, alguns comportamentos repetitivos, padrões estereotipados, muitas vezes associados a seletividade alimentar, de brincadeira, entre outros.

2. O autista tem probabilidade a ter uma forma peculiar de falar:

VERDADE

Alguns autistas podem apresentar um comportamento verbal disfuncional, que são palavras repetitivas (ecolalias) ou uma forma peculiar de se comunicar.

3. Autistas são muito agressivos:

MITO

O que é comum é ter um comportamento agressivo quando são contrariadas. “Reforço que essa agressividade é uma resposta emocional por não saber lidar com as situações do dia a dia. É a primeira forma de se comunicar: é o grito, é se jogar, se machucar. Por não ter habilidades socioemocionais é comum esse déficit na comunicação e interação, que gera como consequência a agressividade”, explica.

4. O autismo tem duração apenas na infância:

MITO

Precisamos entender que não existe cura para aquilo que não é uma doença. Uma vez autista, sempre autista. “Existem casos de pessoas com um autismo num espectro mais moderado na infância e que conseguem ter uma boa evolução para um grau mais leve”. Na maioria das vezes diagnosticado na infância, o TEA também é percebido já na fase adulta da pessoa. “É bem comum. Quando fazemos um histórico de anamnese infantil, percebemos que foi uma criança que demorou a falar, teve dificuldade de interação, era isolada, mas os responsáveis, por falta de conhecimento ou por não ter conseguido identificar de uma forma tão clara”, conta a docente. Por isso, muitos convivem com o autismo por décadas sem saber

5. Crianças com autismo são incapazes de aprender:

MITO

Elas possuem muita capacidade de aprendizado, mas vão precisar de uma equipe para atender às necessidades de adaptação de suas tarefas. As estratégias de aprendizados vão variar de pessoa para pessoa.

6. Existem mais pessoas do sexo masculino do que feminino com autismo:

VERDADE

Há uma explicação científica para esse fato. Os homens são mais vulneráveis a desordens neurológicas, com uma diferença molecular entre homens e mulheres. A genética feminina precisa de diversas mutações e bem mais extremas para desenvolver distúrbios neurológicos.

7. O autista tem dificuldade em olhar no olho:

VERDADE

As pessoas com autismo possuem um déficit de comunicação não verbal. Para eles, é mais fácil olhar para a boca, que tem estímulos aparentes, do que para os olhos. “Daí, elas têm dificuldades para compreender as expressões faciais e os contextos de falas, como gírias. O pensamento deles é bem concreto. Estudos mostram que os autistas tendem a perceber de forma mais fragmentada as partes do corpo, e a atenção deles é mais voltada para onde tem movimento, como a boca”, diz.