Revolução foi tanta que muitas empresas estão entregando andares inteiros em edifícios
Não dá para negar que a pandemia da covid-19 gerou - e tem ainda está gerando - uma verdadeira revolução tecnológica. Muitos recursos, que antes nem eram vistos com bons olhos, agora são usados de maneira corriqueira e viraram algo normal e trivial em nosso dia a dia.
Um exemplo disso é o home office. Muitos de nós passamos a trabalhar em casa neste período, fazendo aumentar a necessidade de reuniões e conferências online, por meio de ferramentas como o GMeet (Google), o Microsoft Teams, o ZOOM Meeting, entre outros.
E já aviso que não será algo pontual. Isso porque muitos continuarão a trabalhar de casa a partir de agora, saindo do modelo presencial, ou ainda no esquema híbrido, mesclando alguns dias de home office e outros de ida até a empresa. Tal movimento já afetou os aluguéis de muitos edifícios comerciais, visto que muitas empresas devolveram andares inteiros de suas sedes.
Também podemos enxergar isso por outro viés, no que diz respeito à qualidade de vida dos profissionais. Por não precisarem enfrentar trânsito, é possível encaixar outras atividades diárias em sua rotina, como a academia. Do lado da empresa, o ponto positivo é o de certamente economizar energia elétrica, água, segurança privada, aluguel, entre outros aspectos.
Outro exemplo que podemos destacar é o das aulas online, pois muitos estudantes e professores passaram a vivenciar essa realidade durante a pandemia. É claro que as aulas estão com perspectivas de retorno presencial, se já não retornaram. Entretanto, as aulas e reuniões online vieram para ficar, certamente beneficiando escolas, faculdades, bem como, alunos e professores.
Naquelas situações, por exemplo, em que professores e/ou alunos, anteriormente precisavam se locomover fisicamente para fazer uma reunião semanal, ou quinzenal. Agora, porém, isso não será mais necessário, bastando criar e participar de uma reunião remota e online.
E uma realidade que acontecia muito antes da pandemia eram os congressos, eventos, e conferências presenciais, em que muitos profissionais, professores, e pesquisadores se locomoviam fisicamente para as cidades dos eventos, tendo custos como hospedagem, viagem, alimentação e transporte dentro das cidades onde o evento acontecia.
Durante a pandemia, os eventos passaram a ocorrer de forma remota. Neste ponto, gostaria de compartilhar o relato de dois professores e pesquisadores, que apresentaram artigos científicos em congressos online durante a pandemia. Silvia Meireles, residente em São Paulo (SP), apresentou seu trabalho na Jornada Científica da UNESC, realizada em Cacoal, Roraima.
Abordando a temática relativa às implicações da pandemia no contexto educacional, fiz uma participação no formato de pitch e tive uma experiência produtiva, considerando que as tecnologias digitais viabilizam a produção de conhecimento em espaços geográficos distintos", diz a professora.
O formato “pitch” de apresentação, ao qual Silvia se referiu, é aquele com pouco tempo de duração, geralmente de 5 a 10 minutos. A apresentação de Silvia, inclusive, está disponível no Youtube, para que os participantes do evento possam assistir sempre que quiserem. Veja:
Já Edvaldo Lopes, que reside em São Paulo (SP), apresentou seu trabalho durante o Encontro Paranaense de Tecnologia na Educação Matemática, que ocorreu de forma remota através do Google Meet. Ele avalia que as interações e contribuições, seja do professor moderador ou dos outros pesquisadores, eram dadas de forma bem natural entre os participantes.
Ele conta que cada apresentação tinha um tempo de aproximadamente 15 minutos. Na sequência, o professor moderador apresentava algumas questões para aprofundamento e esclarecimento e, depois, eram dedicados mais alguns minutos para questionamentos.
"O fato de ser online possibilitou que eu participasse com maior tranquilidade do evento, evitando deslocamentos e custos, entre outros. Esse evento, em particular, foi bastante proveitoso e possibilitou que eu participasse de inúmeros outros encontros e lives, que seria custoso ou até mesmo inviável de participar”, conta Lopes.
Certamente, essa é uma realidade que veio para ficar. Inclusive, muitas empresas de tecnologia já lançaram sistemas completos para gestão de eventos online, como é o caso do ZOOM, Sympla, Evnts, Hubilo, EvenBrite, Doity, Eventweb, Dataevent, Even3, Congressy, Eventzilla, Ceu App, Brella, Digitevent, entre outros.
Um termo bastante utilizado atualmente é a Telepresença, que refere-se a um conjunto de tecnologias para que uma pessoa sinta-se como se estivesse presente. Podem ser utilizados Óculos VR (de Realidade Virtual) ou smart glasses (óculos inteligentes), além da computação vestível (Wearable), onde a pessoa literalmente “veste” dispositivos digitais, como uma palmilha (no tênis) digital, um smart watch, um fone de ouvido, uma chave do carro com bluetooth, entre outros.
Também podemos falar sobre os hologramas, que são imagens em três dimensões criadas por feixes de luz, que refletem ou criam objetos físicos à nossa frente, preservando as dimensões, tamanho, altura do objeto real. O melhor é ser possível visualizarmos o holograma a olho nu, sem precisar utilizar nenhum óculos ou dispositivo especial.
Para quem tiver mais interesse sobre o tema, recomendo assistir a uma reportagem veiculada no 'Fantástico', em que a cantora Dua Lipa concedeu uma entrevista. O detalhe é que a cantora estava na Europa, e seu holograma estava “presente” na atração da TV Globo.
Todas essas tecnologias elencadas, certamente poderão ser utilizadas para o contexto de Eventos e Congressos Online. Espero ter desbravado um pouco esse mundo dos Eventos Online, e até o próximo artigo!
*JULIANO SCHIMIGUEL é Pesquisador, Orientador de Pós-Doutorado, Doutorado e Mestrado, Professor Universitário (Universidade Cruzeiro do Sul – São Paulo/SP, Centro Universitário Anchieta – Jundiaí/SP) e escreve sobre Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), além de seu impacto na sociedade e no ensino e aprendizagem. Para encontrá-lo, basta acessar seu LinkedIn, seu Instagram, seu Canal no Youtube ou mandar um e-mail: [email protected]