No verão, a otite externa (também conhecida como otite do nadador) é mais a frequente
Olá e feliz 2023! Neste primeiro post do ano, escrevo um pouco sobre as otites de verão, ou as frequentes e inconvenientes infecções de ouvido que ocorrem nesta época do ano. Para você entender melhor, existem basicamente dois tipos de otites:
No verão, a otite externa(também conhecida como otite do nadador) é mais a frequente. Isso porque, na estação do calor, a frequência de mergulhos em piscina e mar aumentam. A presença de água dentro do canal deixa a pele mais úmida, remove a defesa natural de gordura da pele, facilitando a entrada de bactérias.
Além disso, o uso de algum objeto (hastes flexíveis, tampas de caneta, palitos etc) para “ajudar” a secar o ouvido ou tirar a água que entrou, piora o quadro. A pele, já sensível, sofre um trauma e a infecção se inicia.
Já a otite média é causada por gripes, resfriados ou rinites. Ou seja, há uma infecção da via respiratória que se estende para os ouvidos, normalmente no nariz. Por esse motivo esse tipo de otite é mais frequente nos meses de outono e inverno e não tem relação com a entrada de água nos ouvidos durante os mergulhos.
O principal e mais conhecido sintoma das otites é a dor, que pode ser muito intensa, especialmente na otite externa. Pode ocorrer ainda redução da audição e saída de secreção dos ouvidos. Muitas vezes, o que as diferencia é a febre, (mais frequente nas otites medias e rara de ocorrer na externas) e o inchaço do canal auditivo (na otite externa o canal fica estreito e muito sensível, até para tocar na orelha). Assim, é difícil dizer qual é o tipo de otite sem examinar o ouvido. E isso é bem importante, pois o tratamento delas é diferente!
No tratamento das otites um item importante são as medicações para dor. Para isso usamos anti-inflamatórios e analgésicos. Uma dica para aliviar a dor é usar compressas quentes na orelha: um pano aquecido, bolsa de água quente ou um gorro ajudam até que os medicamentos façam efeito!
Antibióticos são prescritos na forma de gotas otológicas ou por via oral, nos casos mais graves.
A perda auditiva nesta infecção é transitória e desaparece após o início do tratamento. Mas, em alguns casos, após um episódio de otite média pode persistir mais tempo até que toda a secreção saia do ouvido.
São 7 dicas para prevenir essas infecções:
*DRA. MAURA NEVES é formada na Medicina pela Faculdade de Medicina da USP. Residência em Otorrinolaringologia pelo HC- FMUSP. Fellow em Cirurgia Endoscópica pelo HC- FMUSP. Doutorado pela Faculdade de Medicina da USP. Médica Assistente do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo -SP. Aqui na Revista AnaMaria, trará quinzenalmente um conteúdo novo sobre a saúde do ouvido, nariz e garganta. Instagram: @dra.mauraneves