Por que trabalhadores pedem demissão? Pesquisa virtual do Ministério do Trabalho e Emprego consultou alguns dos recém-desligados
Publicado em 19/08/2024, às 18h41
Ser demitido é um momento aterrorizante e recheado de incertezas para a maioria dos trabalhadores. Por outro lado, pedir demissão pode ser motivo de alívio e até felicidade. Afinal, a saída da empresa por livre e espontânea vontade indica melhores oportunidades próximas.
Mas quais são esses motivos? Como é de se imaginar, a maioria das saídas estão ligadas às condições de trabalho e questões salariais. Porém, estas não são as únicas motivações. Pelo menos é o que afirma a pesquisa virtual do Ministério do Trabalho e Emprego.
O órgão público entrevistou 53.692 pessoas em regime CLT que deixaram seus empregos entre novembro de 2023 a abril de 2024 para entender por que trabalhadores pedem demissão
Os números refletem algumas mudanças profissionais que ganharam força nos últimos anos. Se no passado o desejo de permanecer por anos era comum, atualmente os profissionais não pensam duas vezes em topar novos desafios. E isso é influenciado diretamente pelos jovens, que tendem a ser mais desprendidos.
Décadas atrás, a relação profissional era construída de maneira mais simplória. "Eu trabalho e você me paga". Atualmente, os trabalhadores dão preferência às instituições que possuem alguma similaridade com seu jeito de pensar, que vão desde o respeito ao funcionário às políticas de inclusão.
Outro fator de relevância é a tecnologia, que facilitou a busca por empregos e o contato entre recrutadores e candidatos. Há sites de recrutamento, redes sociais profissionais, como o LinkedIn, troca de e-mails, reuniões virtuais e muito mais.
Por fim, questões relacionadas à saúde mental, como estresse e ansiedade, também impactam o número de demissões. Neste caso, é um tema já abordado há mais tempo, mas que foi potencializado pelos anos de pandemia.
A pesquisa foi conduzida por meio do aplicativo da Carteira de Trabalho Digital - CTPS. No total, 951 mil dispositivos receberam a solicitação para participar do levantamento, resultando em 70.963 respostas válidas. Destas, 53.692 confirmaram o desligamento voluntário e os motivos para tal decisão.
O Ministério do Trabalho ressalta que 24% dos participantes não reconheceram o desligamento como voluntário apesar da informação constar na base do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).