Roberto Justus revelou, no último domingo (8), a descoberta de um câncer na bexiga, tumor responsável por atingir cerca de 10 mil brasileiros todos os anos, de acordo com dados do INCA. O número de novos casos desse tipo de câncer estimados para o Brasil, para cada ano entre 2020 e 2022, será de mais de 7 mil em homens e de cerca de 3 mil em mulheres.
Atualmente com 67 anos, o apresentador e empresário explicou que, apesar do tumor já ter sido retirado, ainda será necessário recorrer à quimioterapia para garantir a eficácia do tratamento.
Diagnosticado durante um check-up que faz anualmente, ele aproveitou o vídeo postado nas redes sociais para ressaltar a importância dos exames de rotina e incentivar os métodos de prevenção entre os seguidores e fãs.
“Quando a gente trata de um assunto precocemente, o câncer não é uma sentença de morte para ninguém. Cerca de 70, 80% dos casos de câncer precocemente tratados têm cura, é só você pesquisar. Então, faça um check-up regular, principalmente aqueles que já passaram dos 40 anos”, afirmou Roberto.
A mensagem de Justus é reforçada pelo urologista Alex Meller, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e do Hospital Israelita Albert Einstein. Ele destaca a importância dos exames rotineiros a fim de descobrir possíveis tumores em estágio inicial. No caso específico do câncer na bexiga, afirma que o diagnóstico da doença em estágio superficial pode impedir que o tumor invada e comprometa o órgão.
QUAIS SÃO AS CAUSAS?
Em sua mensagem, Justus ressaltou ter uma vida bastante regrada, sem cigarro ou bebida alcoólica. Apesar disso, Meller explica que, na maioria das vezes, o câncer de bexiga está relacionado ao tabagismo.
Por conta de um fungo da região europeia, moradores da Península Balcânica, trabalhadores de indústrias químicas, que atuam com tintas ou solventes, pessoas acamadas, com sondas ou pedras na bexiga também são pacientes mais propensos a desenvolverem o tumor. Vale lembrar que o fator genético também pode influenciar no diagnóstico.
SERÁ QUE É CÂNCER NA BEXIGA?
Segundo o médico, os sintomas mais comuns são:
- Sangue na urina;
- Dor durante o ato de urinar;
- Necessidade frequente de ir ao banheiro, combinada com a dificuldade para urinar.
O urologista afirma ainda que os profissionais da saúde também podem notar o tumor por meio do exame de imagem e de possíveis sangramentos durante exames de urina.
COMO TRATAR?
Isso varia conforme o estágio da doença: em fase inicial, é necessário fazer uma raspagem no órgão, para a retirada do tumor, além de uma vacina posterior para impedir a volta do câncer. Os métodos citados apresentam taxa de cura de até 90%.
A vacina citada na luta contra o câncer de bexiga é a BCG, também conhecida na prevenção da tuberculose. No caso do tumor, ela é utilizada na forma diluída e injetada diretamente no órgão, através de uma sonda. Durante as seis primeiras semanas, as doses são aplicadas semanalmente. Após a fase inicial, o paciente toma a vacina a cada três meses durante o período do tratamento, que dura até dois anos.
Por outro lado, caso o tumor já tenha invadido a bexiga, a taxa de cura é reduzida para 50% e a retirada do órgão se faz necessária. No caso da remoção, existem duas opções: os profissionais avaliam a possibilidade de um pedaço do intestino da pessoa simular uma nova bexiga ou o paciente precisa se adaptar a uma bolsa de urostomia, dispositivo externo utilizado para a saída da urina e com limpeza regular necessária.