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Zezé di Camargo e Graciele Lacerda tentam engravidar após vasectomia; como é possível?

Médico explica procedimentos realizados por Zezé di Camargo e Graciele Lacerda para gravidez

Milena Garcia
por Milena Garcia

Publicado em 03/11/2023, às 12h00

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Juntos há 11 anos, Zezé di Camargo e Graciele Lacerda garantem que não irão desistir - Reprodução/Instagram
Juntos há 11 anos, Zezé di Camargo e Graciele Lacerda garantem que não irão desistir - Reprodução/Instagram

Zezé di Camargo e Graciele Lacerda viraram notícia ao longo da semana devido ao perfil fake que ela criou para atacar os membros da família do marido. Eles enfrentam a polêmica em meio às tentativas de gerarem o primeiro filho juntos – porém, encontram dificuldades devido à vasectomia (procedimento cirúrgico que impede o homem de ter filhos) realizada pela dupla de Luciano há muitos anos.

Recentemente, Zezé explicou ao Gshow que recorreu a um método chamado punção para colher seus espermatozoides mesmo após a vasectomia . O objetivo é utilizá-los em uma inseminação artificial na esposa.

AnaMaria Digital conversou com o ginecologista e obstetra Geraldo Caldeira, membro da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH), para entender o procedimento e o motivo de Zezé e Graciele não conseguirem engravidar mesmo após 3 tentativas. A mensagem é de esperança para quem enfrenta a mesma situação. Confira!

O QUE É PUNÇÃO?

O próprio Zezé di Camargo explicou o processo em entrevista ao Gshow. “Tem um sistema chamado pulsão, como se fosse uma agulha. É uma seringa que tira os espermas. Você tem que ser sedado, porque é dolorido. Você cruza com o óvulos dela e cria um embrião. É um sistema bem complicado, mas é super possível”, explicou.

Por sua vez, o médico traz uma definição mais detalhada da punção. Ele pontua que existem dois diferentes métodos, chamados TESA e PESA – em que o primeiro consiste na aspiração dos testículos e o segundo dos epidídimos (tubos localizados na bolsa escrotal).

O procedimento é feito em conjunto à fertilização in vitro da mulher. “A gente estimula a ovulação da paciente, colhe os óvulos dela e põe em laboratório. O homem vai para o centro cirúrgico, é anestesiado e é feita uma punção com agulha fina para aspirar os espermatozoides de dentro”, descreve Caldeira.

Ele continua: “É feita a injeção intracitoplasmática do espermatozóide – ou seja, pegar um óvulo e injetar um espermatozóide até usar todos os óvulos que a paciente deu naquela coleta. Então, nós formamos os embriões e, posteriormente, eles são transferidos ao útero da mulher”.

REVERSÃO X PUNÇÃO

A maioria das pessoas já ouviu falar que a vasectomia é um procedimento simples e reversível. Mas então, qual é a necessidade da punção nesses casos? Geraldo Caldeira explica que nem sempre a reversão é uma possibilidade aos homens.

Segundo o especialista, a reversão da vasectomia consiste em uma microcirurgia em que é feita uma incisão na bolsa escrotal para a recanalização do canal cortado anteriormente. No entanto, a taxa de sucesso varia com o tempo em que a vasectomia foi realizada.

“Até 3 anos, a chance de sucesso da reversão é de 75% e 50% de chance que a paciente engravide. De 3 até 8 anos, já cai para 55% de chance de sucesso da reversão. Depois de 9 anos, a taxa de sucesso cai para 40%”, explica ele.

Sendo assim, de acordo com Geraldo, a punção é recomendada a todos os homens que realizaram a vasectomia há mais de 9 anos – desde que não tenham atrofia testicular e os níveis de hormônios estejam normais.

TENTATIVAS

Mesmo sendo um processo considerado simples, Zezé e Graciele não estão conseguindo engravidar após a punção. “Estamos tentando a terceira vez por inseminação. A gente vai tentar até quando não tiver jeito mesmo”, declarou o cantor.

Para explicar a dificuldade, Geraldo ressalta que a taxa de sucesso da fertilização também depende da idade da mulher e sua reserva ovariana. A boa notícia é que o procedimento pode ser repetido quantas vezes forem preciso.

Quanto à punção, não é necessário a repetição na maioria dos casos, pois todos os espermatozóides colhidos da primeira vez são fecundados em embriões (a depender da quantidade de óvulos cedidos pela mulher) que ficam congelados para as próximas tentativas de gravidez.

PREÇO

Como conclusão, o obstetra abre o jogo sobre o preço a ser pago pela punção. “A punção no testículo está na faixa de uns R$ 6 mil ou 7 mil com anestesia. O que muda é que a mulher precisa fazer a fertilização in vitro. Então, há os dois custos”, conclui Caldeira.