Tanto a reposição quanto a administração de antidepressivos podem atuar no tratamento
Já falamos sobre a relação alimentação e psiquiatria. E hoje escrevo sobre o magnésio – usado como alternativa para o tratamento da depressão. Em 1968, relatou-se que a falta do mineral no organismo pode causar depressão, distúrbios de comportamento, dor de cabeça, câimbra muscular, convulsões, psicose e irritabilidade.
Mas, afinal, como ele age no cérebro? O magnésio está presente em abundância no corpo, atuando desde a produção de energia, controle dos batimentos cardíacos e indo até o ato de pensar. Isso sem falar no humor.
E, embora ele se relacione com a depressão e a ansiedade, não sabemos de que maneira efetiva faz isso. Só é sabido que o magnésio precisa estar em níveis normais no corpo para agir (o exame de sangue determina se a taxa está baixa). Na falta do mesmo, pode-se recomendar a suplementação.
Geralmente, são prescritos cloreto de magnésio, óxido de magnésio, glicinato de magnésio com vitamina B6 e até mesmo o conhecido Leite de Magnésia (hidróxido de magnésio). Porém, é bom que fique claro: não se pode dispensar os antidepressivos se prescritos pelo médico.
O melhor antidepressivo é aquele que funciona e não tem efeitos colaterais para a pessoa. E é isso o que o psiquiatra procura junto ao seu paciente. Ou seja, o tratamento é personalizado e varia conforme o metabolismo de cada um.
Com o avanço da ciência, a maioria dos medicamentos atuais já não é mais ‘perigosa’ para o paciente. Os antidepressivos modernos são muito seguros, não causam problema cardíaco e nem dependência. O que pode ocorrer, em alguns casos, são alterações do sono e de peso.
E, eventualmente, enjoo, prisão de ventre ou diarreia. Resumidamente, tanto a reposição de magnésio quanto a administração de antidepressivos podem atuar no tratamento de sintomas depressivos. Converse com seu médico e psiquiatra e, juntos, encontrarão o melhor caminho.
LUIZ SCOCCA É psiquiatra com mais de 20 anos de atendimento em consultório próprio, além da participação em grupos de estudo, congressos e projetos sociais. Formado pela USP e membro das associações brasileira e americana de psiquiatria: ABP e APA.