Mulheres têm características que favorecem o aparecimento de determinados problemas renais. E não dá para bobear com um órgão que, se malcuidado, causa 600 mil mortes femininas por ano no mundo!
Você já deve ter ouvido que algumas doenças são perigosas porque avançam silenciosamente, ou seja: sem dar sinais de que estão progredindo e prejudicando cada vez mais o corpo. Infelizmente, alguns problemas renais fazem parte dessa categoria. Por serem considerados potentes, os órgãos (responsáveis por filtrar o sangue) aguentam o tranco de manter o organismo mesmo quando perdem uma parte significativa da sua capacidade de funcionamento. E quando os sintomas começam a ser notados, o estrago pode já estar feito. É por isso que precisamos dar uma atenção especial a essa parte do corpo!
O perigo: doença renal crônica
“Trata-se de uma condição na qual o rim já foi tão danificado que, mesmo que a origem do problema seja controlada, o órgão continua doente e precisa receber cuidados”, explica Rubens Lodi, membro do Departamento de Diálise da Sociedade Brasileira de
Nefrologia. Em geral, a perda das funções está relacionada com outras doenças, que sobrecarregam o órgão, fazendo-o trabalhar excessivamente. Entre os problemas estão: diabetes e hipertensão, além de lúpus, artrite reumatoide e crises de cistite.
Por que mulheres devem estar atentas?
Da lista citada anteriormente, apenas o diabetes e a hipertensão são comuns em ambos os sexos. “Se levantarmos o tema infecção urinária em uma roda de mulheres, por exemplo, é provável que muitas delas se manifestem dizendo que já sofreram com a doença. Já se tocarmos no assunto em um grupo de homens, poucos ou nenhum deles já terão passado por essa experiência”, diferencia o médico. As crises frequentes do problema são chamadas de cistite. E, se não tratadas a tempo, podem atingir os rins. As infecções renais frequentemente deixam cicatrizes nos órgãos. Quanto mais vezes elas ocorrerem, maiores as chances de perder parte das funções renais.
Lúpus e artrite também são males majoritariamente femininos e que, com o passar dos anos, podem danificar o tecido dos rins, comprometendo as suas funções – principalmente quando as doenças não estão totalmente controladas. Tudo isso contribui para o aumento de problemas renais em pessoas do sexo feminino. Estima-se que um em cada quatro mulheres entre 65 e 74 anos sofra com a doença renal crônica. É um problema de dimensões grandes e, por isso, é a oitava causa de morte prematura de mulheres ao redor do mundo.
A prevenção está nos exames!
“Para não deixar que as disfunções renais se agravem a ponto de se tornar um problema crônico, é necessário olhar para os rins a cada vez que for se submeter a um checkup”, orienta Lodi. Assim, se aparecerem alterações nos exames de creatinina ou urina, o médico poderá investigar as causas. Além disso, para quem sofre com os problemas citados, o ideal é consultar um especialista da área (nefrologista) para que ele faça uma avaliação mais precisa sobre o funcionamento do órgão.
Gravidez: atenção especial!
Sabia que, durante a gestação, os rins ficam bastante sobrecarregados e seu funcionamento pode chegar a 170%? Isso é natural e, por si só, não prejudica o organismo da mãe. No entanto, por essa condição exigir muito do corpo, se a gestante já tiver ou desenvolver algum problema que possa atrapalhar o processo de filtragem do sangue, os riscos para sua saúde e para a saúde do bebê aumentam. Para saber se tudo está correndo bem, faça os exames do pré-natal!