AnaMaria
Busca
Facebook AnaMariaTwitter AnaMariaInstagram AnaMariaYoutube AnaMariaTiktok AnaMariaSpotify AnaMaria

Síndrome de Burnout: quando o estresse leva seu corpo a um colapso

Conheça os detalhes para se prevenir

Ana Bardella Publicado em 23/12/2018, às 08h00 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h46

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
A cada dez trabalhadores brasileiros, três se sentem esgotados profissionalmente - Banco de Imagens/Getty Images
A cada dez trabalhadores brasileiros, três se sentem esgotados profissionalmente - Banco de Imagens/Getty Images

Recentemente a jornalista Izabella Camargo revelou o motivo de seu afastamento da televisão: o esgotamento profissional. Em uma postagem nas redes sociais, ela deu um depoimento emocionante sobre o assunto.

“As respostas não estão na internet, a cura não está na farmácia, o alívio para qualquer desafio físico e emocional não está longe. A saída é para dentro e as respostas estão na natureza. Externa e interna. Olhando o céu, observando os ciclos da natureza, fica mais fácil lembrar e compreender que tudo passa. Coisas boas e ruins passam”, escreveu.

A cada dez trabalhadores brasileiros, três se sentem esgotados profissionalmente. De acordo com um estudo da ISMA-BR, esses profissionais apresentam exaustão emocional, dores de cabeça e musculares, além de um estresse contínuo.

Tais sintomas podem estar associados à síndrome de burnout – nome dado ao esgotamento profissional. “Trata-se de uma situação clínica de estresse crônico que leva à incapacidade no trabalho”, detalha Cleusa Kazue Sakamoto, doutora em psicologia e professora da FAPCOM. 

Saiba mais para evitar esse mal!

CONHEÇA OS SINAIS
De acordo com a especialista, quem está sofrendo com a síndrome pode apresentar:

  • Extremo cansaço
  • Perturbações do sono (dormir muito ou pouco)
  • Sensação de que “vai ter um colapso”
  • Acreditar que não vai dar conta das tarefas (mesmo das mais simples)
  • Ansiedade contínua
  • Grande irritabilidade
  • Crises de choro
  • Vontade de fugir ou sumir

ACÚMULO DE ATIVIDADES
Cleusa explica que os casos costumam estar atrelados ao trabalho. “Algumas profissões, por lidarem constantemente com situações de tensão, são mais propensas ao desenvolvimento da síndrome”, aponta. 

Policiais, bombeiros, médicos, enfermeiros, professores e até atendentes de telemarketing estão nessa lista. “Quando o trabalho é voltado para o atendimento ou cuidado  de outras pessoas pode ser mais desgastante por exigir capacidades como afeto e empatia”, completa.

Além disso, quem exerce funções estressantes não remuneradas também pode chegar ao limite do estresse. “Quem cuida de uma pessoa incapacitada, como um idoso ou uma criança com limitações, que precisam de atendimento dia e noite, também pode acabar chegando a esse estágio”, ressalta.

PREVENÇÃO
Para Gaya Machado, psicoterapeuta e coach, o ideal é perceber os primeiros sintomas do estresse para lidar melhor com ele – e evitar que se torne crônico. “O sentimento é natural e podemos entendê-lo como um impulso para conquistar nossos objetivos”, diz. Para isso, é preciso mudar a forma de pensar.

Uma dica é buscar apoio. “Situações difíceis, se encaradas na companhia de outras pessoas, parecem menos desafiadoras.” Por isso a indicação é não se isolar, mas buscar suporte emocional diante do desânimo, desabafando com amigos e familiares. Vale também praticar a gratidão. 

“Quem consegue enxergar motivos para se sentir grato desenvolve mais resiliência”, garante.

TRATAMENTO
De acordo com Cleusa, em muitos casos é necessário que a pessoa se afaste do trabalho para se recuperar de maneira satisfatória. “Para algumas pessoas, um longo período de descanso pode minimizar as consequências, que podem ser até físicas, como o desenvolvimento de hipertensão, enxaqueca crônica ou gastrite”, esclarece a especialista. 

Porém, também é possível conversar com os chefes para ajustar a carga de trabalho ou, se possível, fazer alguns dias de trabalho em casa (também conhecido como home office). Além disso, é de extrema importância seguir o tratamento sugerido pelo profissional da psicologia ou psiquiatria que estiver acompanhando o caso.