Preta Gil está em tratamento contra um câncer no intestino e já passou por sessões de quimioterapia e radioterapia. O próximo passo do tratamento, segundo a cantora, é uma cirurgia para remover o tumor. Com isso, ela precisará usar uma bolsa de colostomia enquanto se recupera do procedimento.
“Em agosto, eu volto [ao hospital] para fazer uma cirurgia para retirar o tumor. Vou ter que usar uma bolsa de colostomia. A gente tem muito esses monstros de ‘ai meu Deus, a bolsa’. Mas os médicos mostram como é e dizem que vou tirar depois de um tempo”, declarou.
A colostomia no caso de Preta Gil, é provisória e ela precisará fazer o uso da bolsa entre dois a quatro meses, de acordo como cirurgião oncológico Guilherme Ravanini, professor do departamento de cirurgia da UNIRIO (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro).
“É um procedimento necessário em casos de tumores no reto que necessitam de quimioterapia e radioterapia, antes de serem removidos cirurgicamente. A bolsa de colostomia é usada para desviar o trânsito intestinal e diminuir o risco de complicações após a cirurgia”, explica à AnaMaria Digital.
O desvio do trânsito intestinal impede que as fezes passem pelo local onde o tumor foi removido, o que poderia causar uma infecção. Ou seja, a bolsa de colostomia protege o intestino e permite que ele cicatrize de forma tranquila, sendo removida quando a cicatrização estiver completa.
Segundo o cirurgião, a bolsa de colostomia só será irreversível caso o câncer no intestino também acometa o canal anal e o esfíncter do paciente (responsáveis pela evacuação das fezes no corpo) ou raramente, se houver alguma emergência que impossibilite a reconstrução do trânsito intestinal.
Ravanini salienta que pacientes com tumores descobertos em fase inicial podem fazem a cirurgia de remoção do tumor sem a quimioterapia e radioterapia prévia e, com isso, não precisam usar uma bolsa de colostomia. Preta Gil, porém, foi diagnosticada já em um estágio mais avançado da doença.
COMO PRETA GIL DESCOBRIU O CÂNCER NO INTESTINO?
A artista relatou que os sintomas duraram seis meses até o diagnóstico e começaram a aparecer quando estava em turnê com o pai, Gilberto Gil, pela Europa. Preta chegou a passar mal em dois shows, um na Alemanha, e outro na Inglaterra.
Ela também tinha prisão de ventre (ficava até dez dias seguidos sem evacuar), fezes achatadas com sangue e muco, picos de pressão alta e dores de cabeça. Ao ir para o banheiro em um determinado dia, sentiu algo escorrendo pela perna. Era sangue.
“Era de manhã, uma quinta-feira. Comecei a me sentir mal, tive um desmaio, me levaram às pressas para o hospital. Os médicos pediram tomografia, ressonância e já apareceu o tumor. Tem seis centímetros, é grande”, relembrou a cantora.
A filha de Gilberto Gil reforçou a importância da prevenção, que inclui fazer o exame de colonoscopia a partir dos 45 anos – e atenção especial a quem tem casos de câncer no intestino na família. “Não espere passar mal, sentir alguma coisa para fazer”, reforçou.