Saiba tudo sobre osteoporose, a doença já atingiu 200 milhões de pessoas
Estima-se que, no mundo todo, aproximadamente 200 milhões de pessoas convivam com a osteoporose, de acordo com a Fundação Internacional de Osteoporose.
No Brasil, os números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que, em 2020, 18 milhões de pessoas sofrerão com a condição.
“Apesar dos índices tão expressivos, muitas pessoas ainda não sabem o que é exatamente o problema e isso ocorre porque se trata de uma doença silenciosa”, observa a endocrinologista Flávia Sartorelli de Souza (@dra.flaviasartorelli), de Londrina. Porém, ela explica a doença em cinco respostas e um conselho.
O QUE É?
Trata-se de uma doença que atinge os ossos, tornando-os porosos e, por consequência, mais frágeis. Cientificamente, ela é caracterizada pelo desequilíbrio na ação de dois tipos de células responsáveis pela renovação dos ossos: os osteoclastos e os osteoblastos.
Os osteoclastos são responsáveis por absorver minerais, criando minúsculas cavidades ao eliminar algumas áreas de tecido ósseo. Para completar a renovação, entram os osteoblastos, células encarregadas de repor o cálcio perdido no processo, preenchendo as cavidades.
Quando um não consegue acompanhar o ritmo do outro, cria-se um déficit no processo de renovação dos ossos e caracteriza-se a osteoporose. “Os sintomas, quando presentes, se devem a fraturas decorrentes da fragilidade óssea. Nesses casos, com a quebra, há dor de forte intensidade e incapacidade de movimentação”, explica Flávia.
É UM PROBLEMA DAS MULHERES?
Em comparação aos homens, as mulheres apresentam risco maior de apresentar o quadro. “A ameaça é ainda maior após a menopausa, devido à queda do estrogênio, que apresenta efeito protetor sobre o osso”, diz a endocrinologista.
Com o passar da idade, as chances de desenvolver a doença aumentam. Entre os homens é mais comum que se manifeste com mais intensidade após os 70 anos.
Mas isso não significa que os mais jovens estejam livres de desenvolvê-la, pois há fatores de risco capazes de aumentar as chances.
“A doença pode se apresentar em pessoas com menos idade que fumam, ingerem álcool, têm dieta pobre em cálcio, são sedentárias, usam corticoide, possuem doença celíaca, entre outros fatores de risco”, explica.
COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?
A osteoporose, geralmente, é diagnosticada após a realização de exames específicos, como a densitometria óssea, uma espécie de raio-X que permite visualizar a densidade dos ossos e analisar os índices de perda óssea. Esses índices variam de pessoa para pessoa, levando em conta aspectos como gênero, idade, altura, peso, histórico familiar e hábitos de vida.
QUAL O TRATAMENTO?
Quando diagnosticada em fase inicial, o tratamento começa com a reposição de cálcio pela alimentação e via suplementação, além do uso de medicamentos específicos. “Dependendo do caso, podemos ter estabilidade ou até melhora da massa óssea”, explica Flávia.
TEM COMO PREVENIR?
Sim! Ela se dá por meio de uma alimentação saudável e rica em cálcio, prática de atividade física regular, tratamento de hábitos nocivos, como tabagismo e o consumo de bebidas alcoólicas, e de outras doenças, quando presentes.
A suplementação de cálcio também pode ser feita em casos em que a pessoa não atinja as quantidades ideais pela alimentação (1.000 a 1.200 mg/dia), sempre com orientação médica.
Se não houver nenhum tipo de alergia ou intolerância, a especialista recomenda o consumo de leite e seus derivados, além de vegetais como chia, grão-de-bico, brócolis e folhas verde-escuras.
CUIDE-SE!
Você não precisa esperar a idade avançar nem os primeiros sintomas chegarem para começar a mudar seus hábitos. “Desde o nascimento até a formação completa, temos o acúmulo de cálcio nos ossos. Acredita-se que o máximo aconteça entre 18 e 21 anos – o que chamamos de pico de massa óssea”, diz Flávia.
Desde essa idade, vale consultar anualmente com um especialista e, caso necessário, iniciar medidas para a prevenção da doença.
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