Condição comum antes e depois do início do processo de transição, entenda o que é a disforia de gênero
Recentemente, a influenciadora digital Maya Mazzafera anunciou em seu perfil do Instagram uma mudança significativa em sua vida: ela, que antes era conhecida como Matheus Mazzafera, revelou sua nova identidade de gênero. Muito famosa pelo quadro 'Hotel Mazzafera', a artista conta com mais de 8 milhões de inscritos em seu canal do YouTube e, agora, compartilha com seus seguidores sua jornada como mulher trans.
Poucos dias após anunciar sua transição, Maya compartilhou um desabafo nos Stories do seu perfil do Instagram, revelando que sofre com disforia de gênero. "Dito que sou e estou uma pessoa muito feliz, nessa minha felicidade, às vezes tenho momentos mais felizes e às vezes triste. Como todo mundo!!! Às vezes, do nada, ou por algum motivo, tenho uma disforia muito grande", iniciou ela.
"Isso começou quando eu comecei minha transição. Os médicos me falaram que é normal para muitas meninas trans sentirem isso nos primeiros anos de transição!!! Às vezes a disforia é tanta, que eu realmente prefiro ficar sozinha e não ser vista por ninguém", completou Maya. A seguir, AnaMaria te explica melhor o que é disforia de gênero e como essa condição pode se manifestar mesmo após o início do processo de transição.
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A disforia de gênero é uma condição em que a pessoa experimenta uma profunda insatisfação e desconforto com o sexo atribuído ao nascer e o gênero com o qual se identifica. Este desconforto pode causar sofrimento significativo e dificuldade na vida diária. A disforia de gênero é mais do que apenas uma sensação de descontentamento com o próprio corpo; envolve uma discordância persistente entre o gênero percebido internamente e as características físicas externas.
Essa condição pode se manifestar de várias formas, incluindo o desejo de ser tratado como o gênero com o qual se identifica, o desejo de se livrar das características sexuais do próprio corpo ou a forte convicção de que se tem os sentimentos e reações típicas do gênero com o qual se identifica. A disforia de gênero pode começar na infância ou se desenvolver mais tarde na vida.
Para além do que foi citado acima sobre o que é disforia de gênero, esta condiçãopode persistir ou até mesmo surgir após o início do processo de transição, como evidenciado pelo relato de Maya Mazzafera. Ou seja, mesmo depois de iniciar o processo de transição, que pode incluir terapia hormonal e cirurgias de afirmação de gênero, muitas pessoas ainda podem enfrentar episódios de disforia de gênero. Isso é normal e pode ser parte do processo de adaptação à nova identidade de gênero.
Maya Mazzafera, por exemplo, descreve momentos de intensa disforia, apesar de ser geralmente feliz com sua transição. Esses sentimentos podem surgir de várias maneiras:
Os profissionais de saúde mental reconhecem que é comum que pessoas trans enfrentem disforia de gênero durante os primeiros anos de transição. Este período pode envolver uma série de ajustes emocionais e físicos. De acordo com especialistas, é essencial que essas pessoas recebam apoio contínuo de terapeutas, grupos de apoio e da comunidade para ajudá-las a lidar com esses sentimentos.
Assim, enquanto a transição pode aliviar muito da disforia de gênero experimentada antes, é importante entender que ela pode não eliminar completamente todos os sentimentos de desconforto. Por isso, fazer um acompanhamento médico e psicológico adequado é fundamental para ajudar a gerenciar e minimizar esses episódios de disforia, promovendo o bem-estar geral da pessoa.
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