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Idade é relativo! Depressão: remédio e efeitos colaterais

O arsenal terapêutico da medicina no tratamento da depressão é vasto e dá para tirar proveito disso com conhecimento farmacológico

Dr. Paulo Camiz Publicado em 05/06/2017, às 10h00 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h45

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Idade é relativo! Depressão: remédio e efeitos colaterais - Shutterstock
Idade é relativo! Depressão: remédio e efeitos colaterais - Shutterstock
"Meu pai está com depressão e o médico receitou um remédio que dá muitos efeitos colaterais. Entre eles, insônia e falta de apetite. Isso piora o quadro. O que podemos fazer?”

L. K., por e-mail

Infelizmente, todos os remédios apresentam efeitos colaterais. Sobre os destinados à depressão, considerando que a doença tem
várias manifestações, o médico deve pensar nos tais efeitos colaterais de cada droga e tirar vantagem deles. Se o paciente tem insônia, pode-se usar um remédio cujo “dano” seja o sono e ministrá-lo antes de dormir. Se a manifestação é inapetência, opta-se
por um que abra o apetite. Dor? Vale algum que ajude a combatê-la. Enfim, o arsenal terapêutico da medicina no tratamento da depressão é vasto e dá para tirar proveito disso com conhecimento farmacológico. Outro ponto a ser considerado: o perfil de sensibilidade do paciente a uma medicação. Para não cometer nenhum exagero na dosagem, os geriatras começam com uma dose baixa e aumentam lentamente. A chance de errar para mais diminui muito, ainda que se perca na agilidade da resposta ao tratamento. De qualquer forma, o médico não tem como saber que o paciente esteja apresentando tais sequelas se não for avisado. Alguns efeitos colaterais só são descobertos após o uso da medicação. Nesse sentido, uma proximidade entre o especialista e o paciente faz-se fundamental. Então, converse com o seu médico!

Brasil está entre os países mais afetados
Segundo estudo realizado em fevereiro deste ano pela Organização Mundial da Saúde, o Brasil é o país com maior número de pessoas com depressão na América Latina. São quase 6% da população com esse problema. No mundo, o percentual é de quase
4,5%. Os habitantes da América Latina também lideram o ranking nos quadros de ansiedade. Quase 10% da população tem algum tipo deste problema. Isso é quase três vezes superior à média global.

Dr. Paulo Camiz é geriatra e professor da Faculdade de Medicina da USP. É também idealizador do projeto “Mente Turbinada”, que desenvolve exercícios para o cérebro. Para ler outros artigos escritos por ele, acesse ogeriatra.com.br

Envie suas perguntas para dr. Paulo Camiz pelo e-mail [email protected]