Brunna Gonçalves contou nas redes sociais que adora comer carne vermelha crua. A dançarina e esposa de Ludmilla publicou um vídeo no qual come o alimento e diz: “Eu amo carne crua temperada. Só carne. É muito bom”.
Depois que a história repercutiu negativamente para ela, Brunna falou que leu mais sobre o assunto e se arrependeu. “Fui pesquisar e realmente faz mal [comer carne crua]. Eu nunca mais vou comer. Não comam, gente. Por favor”, disse.
POR QUE HÁBITO É PERIGOSO?
De acordo com o médico endocrinologista e nutrólogo Daniel Bratan, a carne está sujeita a ser contaminada durante o processo de abate dos animais, processamento, ou até mesmo após a saída da indústria, no comércio varejista ou preparo pelo consumidor (manipulação e armazenamento inadequados). Sendo assim, não é recomendado o consumo cru.
Cozinhar a carne melhora a qualidade microbiológica dela, ou seja, impede prováveis bactérias de se multiplicarem ou causarem algum dano à saúde. Mesmo algumas receitas tradicionais que usam o produto na forma crua como carpaccio, steak tartare ou quibe cru, têm seus riscos e possuem regras para evitar a possibilidade de contaminação.
No caso dos peixes, eles são consumidos crus por uma questão cultural mas de sabor e da textura mais macia, que facilita a digestão. Porém, esse tipo de carne também pode conter materiais nocivos presentes no ar e no solo, que são arrastados pela chuva para rios e oceanos, como poluentes industriais, toxinas biológicas, microrganismos e parasitas causadores de doenças.
QUAIS DOENÇAS A PESSOA FICA SUJEITA QUANDO CONSOME CARNE CRUA?
Carnes cruas provenientes de fontes não seguras e contaminadas têm potencial de causar doenças graves, como:
Bactérias do gênero Salmonella: causam infecção alimentar e as pessoas infectadas apresentam sintomas como diarreia, febre, náuseas e distensão abdominal;
Bactéria Escherichia coli: provoca sintomas como febre, diarreia, dor abdominal;
Protozoário Toxoplasma sp: pode causar toxoplasmose, doença que, na forma grave, provoca febre, aumento dos gânglios corporais, comprometimento visual, cerebral e em outros órgãos;
Parasita Taenia sp: pode ocasionar verminose intestinal, doenças musculares ou cerebrais.
COMO SE PREVENIR DA CONTAMINAÇÃO
A lavagem da carne não é adequada nem suficiente para eliminar os microrganismos, caso estejam presentes. Se o desejo é mesmo consumir a carne crua, é preciso observar algumas características na hora da compra:
Carne vermelha: gordura firme, cor vermelho brilhante, cheiro agradável e ter o mínimo de líquido possível.
Carnes de aves: a cor da pele varia do branco ao amarelo e a superfície deve ser brilhante e firme ao tato.
Peixe: proveniente de fonte segura e ser fresca ou devidamente conservada por métodos de congelamento ou refrigeração para não apresentar riscos à saúde.
Independentemente do tipo de carne a ser consumida, é importante considerar sua procedência, adquirir produtos que tenham o selo de inspeção na embalagem, checar a data de validade e observar se o alimento está em condições adequadas de armazenamento e conservação.
No caso de restaurantes, procure saber se o local possui liberação da vigilância sanitária. Ao sinal de qualquer suspeita de possível contaminação como cheiro fétido, alteração de coloração e/ou presença de secreções ou líquidos não identificados, não consuma o produto.