Especialistas explicam tudo sobre a síndrome de Guillain-Barré
Com reportagem de Júlia Arbex Publicado em 25/11/2018, às 19h00 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h46
A vilã Rochelle, personagem de Giovanna Lancellotti na finada novela das 9 Segundo Sol, tinha uma doença pouco conhecida, mas muito grave: a síndrome de Guillain-Barré.
Após cair em cima de uma mesa, ela se machucou e foi levada ao hospital. Lá, depois de ser submetida a uma série de exames, descobriu o que tem.
Conversamos com Fabio Porto, neurologista do Hospital das Clínicas, em São Paulo, e Marcelo Perocco, neurocirurgião especialista em coluna, para entender mais sobre a doença que leva à paralisia dos membros.
O QUE É?
É uma doença autoimune inflamatória dos nervos, caracterizada por fraqueza e dormência, que pode levar à insuficiência respiratória.
Ela é desencadeada por infecções bacterianas ou virais e acomete mais em pessoas de 20 a 40 anos de idade.
A doença pode evoluir de 24 a 72 horas depois do início dos sintomas e é aconselhável a hospitalização, pois a paralisia pode ter rápida evolução e tornar-se mais grave em mais ou menos três semanas.
QUAL É A CAUSA?
Embora seja uma doença autoimune, quando o próprio sistema imunológico da pessoa ataca suas células, causando os danos, algumas condições podem precipitar uma reação imunológica – e também afetar o sistema nervoso. São elas: zika vírus, pneumonia, hepatites A, B ou C e HIV.
COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?
Não existe um teste específico para descobrir a síndrome. Por isso, é importante que o profissional da área de saúde tenha o conhecimento para reconhecer e, com isso, direcionar para o tratamento adequado.
QUAL É O TRATAMENTO?
Tudo depende da situação clínica do paciente. Geralmente é feito com altas doses de imunoglobulinas, que são adicionadas ao sangue para bloquear os anticorpos que causam a inflamação.
Se não resolver, pode tentar a plasmaférese. Este processo consiste em retirar grandes quantidades do plasma do paciente, bombeá-lo em uma máquina que remove os anticorpos e, depois, devolvê-lo ao organismo.
Nos casos mais graves, em que o paciente pode ter paralisia da musculatura
respiratória e alterações do ritmo cardíaco, é preciso ficar internado para dar início a um tratamento mais específico.
A SÍNDROME MATA?
Se a paralisia atingir os músculos respiratórios, o paciente pode necessitar de ventilação
mecânica. Sem o suporte, existe o risco de asfixia e morte. Por isso, se você sentir os sintomas abaixo, procure ajuda médica imediata.
SINTOMAS