No BBB, Gracyanne Barbosa compartilhou um momento inesperado com seu ex-marido Belo. Segundo a musa fitness, antes de entrar no reality show, recebeu uma mensagem do cantor: “Não importa o que aconteça entre a gente… pode ter certeza que eu vou estar sempre do seu lado.” A revelação levantou debates sobre a viabilidade da amizade pós-término, um tema sensível e muitas vezes controverso nos relacionamentos modernos.
O assunto não é novo entre celebridades. Um exemplo marcante foi o fim do casamento de Pitty e Daniel Weksler, que decidiram transformar o amor que compartilhavam em respeito e amizade. No anúncio da separação, destacaram: “Por aqui, a decisão de não ser mais um casal traz, juntamente, a escolha de permanecer amigos.” Mas será que manter uma amizade pós-término é sempre saudável ou possível?
Amizade após o término: é possível?
De acordo com o psicólogo Alexander Bez, especialista em relacionamentos, a possibilidade de manter uma amizade com o ex depende de muitos fatores, incluindo a forma como o término ocorreu. “Se a separação foi amigável, sem traições ou mágoas profundas, pode ser viável transitar de uma relação romântica para uma amizade”, explica.
A questão, porém, vai além de simples compatibilidade. O especialista alerta que o inconsciente desempenha um papel significativo nesse tipo de vínculo. “Nosso inconsciente rege muito das nossas posturas e condutas, trazendo sentimentos como saudade ou pensamentos de uma segunda chance. Esses fatores podem dificultar a transição para a amizade se não forem bem resolvidos.”
O estabelecimento de limites também é essencial. Segundo Bez, ambos devem estar emocionalmente preparados para deixar de lado desejos inconscientes e lidar com as emoções geradas pelo término de forma madura e responsável.
Quando a amizade pode ser benéfica
Para alguns casais, a amizade pós-término pode ser uma forma de preservar o respeito e a conexão emocional construída ao longo dos anos. Esse é um cenário particularmente frequente quando há filhos envolvidos. “Em situações em que os ex-parceiros precisam se relacionar, como na criação dos filhos, uma amizade saudável é não apenas possível, mas também recomendada para o bem-estar familiar”, observa Bez.
Além disso, em casos como o de Gracyanne e Belo, a amizade pode oferecer apoio emocional valioso, especialmente em momentos desafiadores. “Desde que ambos tenham clareza emocional, essa conexão pode ser muito positiva para ambos, desde que a relação de amizade seja baseada em maturidade e limites claros”, afirma o especialista.
O outro lado da moeda
Embora histórias de amizade entre ex-parceiros pareçam inspiradoras, nem sempre são recomendadas. Bez, por exemplo, se considera adepto da corrente que sugere ser difícil manter um vínculo amistoso com um ex. Ele acredita que, muitas vezes, sentimentos não resolvidos e questões inconscientes podem interferir negativamente.
Segundo o psicólogo, insistir em uma amizade sem uma resolução completa dos sentimentos pode causar confusão, recaídas emocionais e, em alguns casos, até atrapalhar novos relacionamentos. “O ideal é entender como cada pessoa se sente melhor e, se necessário, buscar apoio psicoterapêutico para processar a experiência do término.”
A história de Gracyanne Barbosa e Belo é um exemplo de que a amizade pós-término pode existir em algumas circunstâncias, mas requer muita maturidade e autoconhecimento. Embora para alguns seja possível manter uma conexão positiva após o fim de um relacionamento amoroso, a decisão deve sempre levar em conta as emoções e as circunstâncias de ambas as partes.
Independentemente de ser viável ou não, buscar equilíbrio emocional e respeitar os próprios limites são passos fundamentais para seguir em frente após o fim de um relacionamento, seja para construir uma amizade, seja para encerrar o ciclo de vez.
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