Aos 65 anos, Angela Vieira vive Lígia, em Pega Pega (Globo), e entrega a fórmula que a faz ser considerada símbolo de elegância
Após viver Clarice Bezerra em I Love Paraisópolis (2015), Angela Vieira retorna à trama das 7 em Pega Pega. A atual novela, aliás, tem feito a audiência do horário bombar. No ar há um mês, a trama alcançou a melhor média de audiência no primeiro mês de exibição de um folhetim no horário desde Cheias de Charme (2012). Angela vive a ambiciosa Lígia, a dondoca sem limites que vive preocupada em manter as aparências. Um perfil completamente diferente do da atriz. Uma semelhança entre criatura e criadora: as duas chamam a atenção pela elegância. Em conversa com AnaMaria, Angela deu dicas de como se vestir bem, falou sobre empoderamento feminino e como faz para evitar a aproximação de pessoas invejosas como a sua personagem: “Saio de mansinho", brincou.
Você é uma referência em elegância. Qual o segredo?
Acho que é se olhar no espelho e ser honesta consigo mesma. Gostaria de ser mais magra, mas tenho o corpo da mulher brasileira. Não vou colocar uma roupa só porque achei linda em outra pessoa. Eu tento
me vestir de acordo com o meu tipo físico e de uma maneira que eu vá me sentir confortável dentro daquela roupa.
Mas você leva em consideração algum truque que sempre funciona para vestir? Tem alguma dica especial para dar, como não misturar estampas, por exemplo?
As minhas peças são, basicamente, em tons de branco, marrom, preto e azul-marinho. Me considero básica, tenho um estilo bem clean. Uma vez ou outra, claro, cometo uma ousadia e aposto em uma cor mais forte. No tocante aos cortes, prefiro os retos. Acho que combinam com o meu tipo de corpo e fica mais fácil de acertar com essa modelagem na hora de me vestir.
O empoderamento feminino está em alta e muito se fala sobre o tema. O que você acha disso?
Gente, não aguento mais escutar essa palavra empoderamento [risos]. Acho que a mulher ainda tem muito o que correr atrás. No entanto, hoje, o que mais me preocupa não é o poder da mulher, mas o que vai acontecer com todos nós levando em consideração a
maneira como o país está. Estamos à deriva, tanto na nossa cidade, o Rio de Janeiro, quanto no Brasil. Claro, acho, sim, que a mulher ainda precisa lutar bastante para se equiparar ao homem no mercado de trabalho, mas a situação está caótica para todo mundo. Como pensar no futuro? Me preocupo já com o dia de amanhã.
Em Pega Pega, você vive uma personagem que, aparentemente, pensa muito diferente de você, pois ela só se preocupa com as aparências. Não parece muito incomodada com a situação do país. Como você entende o comportamento da Lígia?
Ela é uma pessoa invejosa e extremamente ambiciosa. A Lígia é rica, casada com um desembargador, mas ela quer sempre mais e
mais. Embora a personagem até tenha uma pegada de humor, essa moça aí não é nada fácil [risos]. Ela não está satisfeita com
nada nem mesmo com a aparência da própria filha, a Maria Pia [vivida pela atriz Mariana Santos]. Lígia criou a filha para se casar com um multimilionário. Enfim, a minha personagem se resume em inveja pura!
Você acredita no que as pessoas chamam de inveja branca? Aliás, acha que a inveja pode servir para alguma coisa boa?
Não, nunca. Acredito que a inveja jamais será boa. Como diz o ditado: a inveja é uma mer... [risos]. O ideal é que cada um tome conta da sua própria vida, né? Afinal, não vale a pena gastar energia cuidando da vida dos outros.
E existe alguma receita especial que coloque em prática para se livrar dos invejosos e mantê-los bem longe de você?
A solução é sair de perto. Como costumam falar, mudar o rumo da prosa e ir saindo de mansinho de perto das pessoas que são assim, que têm essa energia. Acho também que só se deve falar dos seus planos para os amigos íntimos, aqueles nos quais você confia.