Olá, pessoal! Na coluna deste mês, vamos falar sobre a sepse, condição grave e pouco conhecida pela população, mas que representa um dos maiores desafios da saúde no Brasil e no mundo. Trata-se de uma complicação grave decorrente de infecções, que pode levar à morte se não for reconhecida e tratada a tempo.
Todos nós, em algum momento da vida, já tivemos uma infecção – seja respiratória, intestinal, urinária ou de pele. As infecções são caracterizadas pela invasão e crescimento de um microrganismo (bactérias, vírus, fungos ou parasitas), podendo gerar sintomas clínicos. Normalmente, essas situações são controladas após o diagnóstico e tratamento adequados ou até mesmo espontaneamente, dependendo do tipo e intensidade.
Entretanto, a sepse acontece quando a resposta a uma infecção é desregulada e intensa. O sistema imunológico, quando ativado para combater o microrganismo infectante, agride os próprios tecidos, causando disfunções orgânicas que prejudicam o funcionamento de órgãos como rins, pulmões e fígado. Isso ocorre devido à migração de leucócitos ativados (células de defesa) que liberam proteínas inflamatórias (citocinas) como IL-1β, IL-6, IL-8, TNF e IFN, ativando o sistema do complemento e da coagulação, caracterizando uma resposta inflamatória sistêmica.
Nesse processo há elevação local do óxido nítrico, uma substância vasodilatadora e responsável por gerar alterações vasculares que prejudicam a oxigenação dos tecidos e causam lesão celular direta tanto pela liberação das citocinas, quanto na indução da morte das células (apoptose).
O tratamento da sepse deve ser realizado em ambiente hospitalar e de forma oportuna, objetivando a estabilização do quadro clínico, considerando de forma individual o contexto e as necessidades de cada paciente. Segundo as diretrizes do Instituto Latino-Americano de Sepse (ILAS), preconiza-se a administração rápida de antibióticos, a infusão intravenosa de soluções como soro fisiológico para repor fluídos, além da realização de exames para predizer gravidade e identificar o foco e agente causador. Em alguns casos, o controle da infecção deve ser feito com cirurgias ou drenagem de abscessos.
No Brasil, a sepse tem alta incidência e mortalidade. O desconhecimento da população sobre a doença, a falta de infraestrutura em alguns locais, o despreparo dos profissionais de saúde e a carência de saneamento básico contribuem para esse fato.
O diagnóstico e tratamento precoces salvam vidas. Portanto, estejam atentos aos sinais de alerta na vigência de infecção e quando é necessário procurar atendimento de urgência.
Sinais de alerta:
– Pressão baixa – Pressão Sistólica <100mmHg;
– Febre alta ou temperatura muito baixa;
– Taquicardia – batimentos cardíacos > 100 por minuto;
– Alterações respiratórias(baixa saturação ou aumento da frequência respiratória);
– Pele fria, pálida ou arroxeada;
– Confusão mental ou sonolência;
– Pouco volume de urina (oligúria).
Como se prevenir:
– Evite infecções, lave as mãos regularmente e mantenha cuidados dehigiene;
– Mantenha a vacinação em dia e previna-se;
– Trate corretamente as infecções, tome os medicamentos de forma adequada;
– Não contribua para a resistência bacteriana: use antibióticos apenas quando necessário e com indicação médica;
– Reconheça os sinais de gravidade e procure atendimento médico.
Cuidem-se e até a próxima!