Olá, pessoal!
O ditado popular “é melhor prevenir do que remediar” ilustra bem as campanhas de saúde realizadas ao longo do ano. Os meses denominados com cores são associados a temas de saúde. Cada mês uma cor diferente é destacada para enfatizar a importância das orientações e informações que promovem a saúde e prevenção de determinadas doenças geradoras de alto impacto na nossa sociedade.
No mês passado, tivemos o Setembro Amarelo, dedicado à promoção da saúde mental e à prevenção do suicídio. Neste mês, o Outubro Rosa simboliza o cuidado na saúde das mulheres, com enfoque na conscientização sobre o câncer de mama.
O Câncer de Mama é o tumor maligno mais incidente nas mulheres, excetuando o câncer de pele não melanoma. No Brasil é a principal causa de morte por câncer entre as mulheres e, quando diagnosticado em fases iniciais, as chances de cura podem chegar a quase 100%. Por isso tanto se fala na importância da realização do diagnóstico precoce.
A ocorrência da doença acontece por alterações genéticas nas células mamárias, implicando a proliferação desordenada do tecido celular. Com isso, surgem tumorações que podem invadir outras estruturas e se disseminarem para outros órgãos.
Os principais sinais e sintomas quando a doença começa a se manifestar são nódulos endurecidos de limites mal definidos (o tamanho varia de acordo com o tempo de evolução), presença de secreções pelo mamilo e lesões de pele na mama com aspecto de uma casca de laranja. As causas são fatores hereditários (genéticos) – 5 a 10% dos casos e adquiridos, relacionados a fatores externos ambientais e fisiológicos.
A predisposição genética, especialmente relacionada às mutações dos genes BRCA1 e BRCA2, gera um risco significativamente maior de desenvolver a doença. Segundo estudos publicados, as mulheres portadoras dessas mutações têm maior chance de desenvolver câncer de mama ao longo da vida. Isso justifica o motivo das mulheres jovens, com histórico de câncer na família, fazerem acompanhamento e exames específicos antes que as demais.
Outro fator de alta relevância é o envelhecimento. O risco de desenvolver câncer de mama aumenta com a idade, sendo a maioria dos casos diagnosticados ocorre em mulheres com mais de 50 anos. A partir dessa idade, o Ministério da Saúde preconiza a realização da mamografia bianualmente para a detecção precoce. Quando falamos de prevenção, vale destacar que muitos fatores de riscos são modificáveis e podem influenciar fortemente no desenvolvimento da doença.
No caso do câncer de mama os principais fatores são: sedentarismo, obesidade, tabagismo, consumo abusivo do álcool, dieta rica em gorduras e pobre em fibras; reposição com terapia hormonal na menopausa e o uso de anticoncepcional oral maior que 5 anos. Combatê-los e evitá-los é a melhor maneira de diminuir a chance de desenvolver a doença.
Para tanto, é fundamental a adoção de hábitos como a prática regular de exercícios físicos, alimentação equilibrada, controle do estresse e o sono adequado para manter a saúde em dia. O autocuidado exige fazer escolhas e tomar decisões adequadas na prevenção.
A realização das campanhas de saúde tem como objetivos não apenas fazer os exames para o diagnóstico precoce das doenças, como trazer informações relevantes para preveni-las. O intuito é promover o bem-estar e principalmente capacitar as pessoas a serem proativas para tomarem as melhores decisões para sua própria saúde.
Deve-se considerar ainda, que as campanhas são estratégias de saúde pública que tornam o setor mais sustentável. Ao conscientizar a população, diminui-se o número de casos e complicações das doenças. Assim, reduzimos a necessidade tratamentos complexos de alto custo e prevenimos também os desperdícios de recursos que ajudam a remediar as ineficiências no setor.
E você? Já realizou os exames preventivos este ano?
Não se esqueça que o autocuidado é muito importante para a qualidade de vida.
Até mais!
Referências:
Turnbull C, Rahman N. Genetic predisposition to breast cancer: past, present, and future. Annu Rev Genomics Hum Genet. 2008; 9:321-45.
Type and timing of menopausal hormone therapy and breast cancer risk: individual participant meta-analysis of the worldwide epidemiological evidence. The Lancet, Volume 394, Issue 10204, 1159 – 1168
Løyland B. et al. Causes and Risk Factors of Breast Cancer, What Do We Know for Sure? An Evidence Synthesis of Systematic Reviews and Meta-Analyses. Cancers (Basel). 2024
Sites consultados:
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2023/fevereiro/todos-os-estados-brasileiros-possuem-equipamento-para-realizacao-de-mamografia-exame-e-indicado-para-mulheres-de-50-a-69-anos#:~:text=Todos%20os%20estados%20brasileiros%20possuem,69%20anos%20%E2%80%94%20Minist%C3%A9rio%20da%20Sa%C3%BAde