O velório de Preta Gil aconteceu na manhã desta sexta-feira (25) no Theatro Municipal do Rio de Janeiro (RJ). Na ocasião, amigos e familiares prestaram suas últimas homenagens à cantora, que faleceu no último domingo (20), aos 50 anos, em decorrência de um câncer colorretal.
Filho da artista, Francisco Gil foi um dos primeiros a chegar e, assim como Alice Wegmann, Caio Blat, Carolina Dieckmmann, Regina Casé, apareceu ao velório da mãe com uma roupa completamente branca. A escolha da cor não passou despercebida e, apesar de parecer comum, carrega um forte significado.
A cor branca foi adotada como uma homenagem à fé de Preta Gil, que era praticante do Candomblé. Esse gesto simboliza o respeito às raízes religiosas e espirituais da filha de Gilberto Gil em sua última despedida.
O simbolismo da cor branca
Diferentemente do preto, comum em velórios para simbolizar o luto, o branco representa paz, espiritualidade e conexão com os orixás. Preta era devota de Oxum, divindade do Candomblé associada à água doce, à fertilidade, ao amor e à beleza. Apesar disso, no momento do adeus, foi Oxalá quem recebeu a reverência por meio da escolha da cor branca.
Oxalá é o orixá da criação, da serenidade e da sabedoria, e sua representação costuma acontecer às sextas-feiras, justamente o dia do velório. Sendo assim, a cor branca refletiu o respeito às tradições religiosas da artista e reforçou a importância de suas crenças na cerimônia de despedida.
Velório de Preta Gil
Após a cerimônia pública, que terminou às 13h desta sexta-feira (25), o corpo de Preta segue em cortejo até o Crematório e Cemitério da Penitência, localizado no bairro do Caju, no Rio de Janeiro. No local, entre 15h e 17h, acontece uma segunda cerimônia, desta vez restrita a familiares e amigos mais próximos.
A decisão pela cremação atendeu a um desejo deixado pela própria cantora. Preta expressou, ainda em vida, a vontade de que esse fosse o seu destino final. Assim, a cerimônia íntima encerrou um ciclo com respeito e afeto, como ela desejava.
Entre uma cerimônia e outra, o corpo da cantora será levado por um carro especial do Corpo de Bombeiros, em cortejo pelas ruas da cidade. Ainda que Preta Gil tenha manifestado o desejo de ser levada em um trio elétrico, a escolha foi adaptada para manter a segurança do trajeto.
O percurso segue por locais simbólicos: Rua Araújo Porto Alegre, Av. Presidente Antônio Carlos e Rua Primeiro de Março, circuito dos megablocos onde Preta desfilou pela última vez com o Bloco da Preta. Depois, o trajeto avança pela Av. Presidente Vargas, Viaduto do Gasômetro e Av. Brasil até o Cemitério da Penitência, onde os familiares e amigos próximos se despedirão de forma íntima.
Morte de Preta
Nos dias que antecederam sua morte, Preta Gil demonstrou o desejo de retornar ao Brasil. Conforme divulgado pelo Jornal Nacional, a cantora já havia sido informada de que não havia mais alternativas de tratamento para o câncer.
No último domingo (20), ela chegou a embarcar em uma UTI aérea com destino ao Brasil. Contudo, antes da decolagem, passou mal e precisou ser levada para um hospital em Nova York (EUA), onde passava por um tratamento alternativo para a doença, diagnosticada em janeiro de 2023. Ela não resistiu e faleceu ainda dentro da ambulância.
Ela deixa o filho Francisco Gil, de 30 anos, e a neta Sol de Maria, de 9, além de seis irmãos.
Resumo: A cor branca marcou o velório de Preta Gil, realizado no Theatro Municipal do Rio, como símbolo de sua fé no Candomblé e em Oxalá. A cerimônia pública foi seguida por uma despedida íntima e uma cremação, atendendo aos desejos da cantora. Seus últimos dias foram marcados por uma tentativa de retornar ao Brasil, o que não foi possível, mas seu legado permanece vivo.
Leia também:
Preta Gil e o tabu da morte: o que o fim da vida nos ensina sobre o presente
