As coleções de moda para o Outono/Inverno 2025 destacaram um retorno inesperado: a pele. Marcas de renome como Gucci, Prada e Fendi reintroduziram peças de pele em suas coleções, sinalizando uma mudança em relação às tendências recentes que evitavam esse material. Este retorno pode ser visto como uma tentativa de resgatar o glamour e a sofisticação associados às peles no passado.
Além das marcas tradicionais, designers emergentes também estão explorando o uso de pele, tanto em sua forma natural quanto sintética. Gabriela Hearst, por exemplo, está inovando ao transformar peles vintage em novas criações, utilizando técnicas artesanais para dar nova vida a materiais antigos. Essa abordagem não só revitaliza peças clássicas, mas também promove uma narrativa de sustentabilidade.
O que motiva o retorno das peles?
O ressurgimento das peles na moda pode ser atribuído a uma série de fatores culturais e sociais. Em um momento em que valores tradicionais estão sendo revisitados, a pele pode representar um desejo de retornar a uma era de luxo e exclusividade. No entanto, essa tendência também levanta questões sobre ética e responsabilidade ambiental.
Nos últimos anos, a crescente conscientização sobre os impactos ambientais e éticos do uso de pele levou muitas marcas a abandonarem esse material. A moda, no entanto, é cíclica, e o retorno das peles pode ser uma resposta à busca por inovação e diferenciação no mercado.
Impactos ambientais do couro
A produção de couro é um processo que pode ter sérios impactos ambientais. O curtimento, que transforma peles em couro utilizável, frequentemente envolve produtos químicos nocivos como o cromo, que podem contaminar o solo e a água se não forem geridos adequadamente. Além disso, os resíduos gerados por esse processo podem poluir o meio ambiente se não forem tratados corretamente.
A poluição do ar também é uma preocupação, já que os processos de secagem e tratamento do couro liberam compostos químicos que podem afetar a qualidade do ar e a saúde das comunidades próximas. Esses desafios tornam a produção de couro uma questão ambiental significativa.
O uso de peles vintage é uma solução viável?
O uso de peles vintage é um tema de debate. Enquanto alguns veem isso como uma forma de evitar a produção de novas peles e reduzir o desperdício, outros argumentam que isso perpetua a demanda por um material problemático. Organizações de defesa dos direitos dos animais sugerem que casacos de pele antigos podem ser doados para reabilitação de animais selvagens, onde são usados para aquecer e proteger animais feridos.
Embora a reutilização de peles vintage possa se alinhar com práticas de moda circular, ela também pode reforçar a estética e o desejo por peles, complicando a busca por uma moda verdadeiramente sustentável e ética. A mensagem transmitida ao normalizar o uso de peles, mesmo que antigas, é um ponto crucial nesse debate.
O futuro da moda e o papel das peles
O retorno das peles nas passarelas levanta questões importantes sobre o futuro da moda. À medida que a indústria busca equilibrar tradição e inovação, ética e estética, o debate sobre o uso de peles continua a evoluir. A moda tem o poder de influenciar comportamentos e valores sociais, e a escolha de materiais e práticas sustentáveis pode desempenhar um papel crucial na definição desse futuro.