Com o acesso cada vez mais precoce às redes sociais, jogos e conteúdos digitais, crianças e adolescentes ficam expostos a diversos perigos no ambiente virtual. De acordo com a Pesquisa Anual Global de Segurança Online da Microsoft, 66% dos entrevistados relataram ter enfrentado algum risco na internet no último ano. Apesar disso, muitos já adotam estratégias para se proteger: 74% bloqueiam contas suspeitas e 66% conversam com adultos para pedir ajuda. Esse cenário reforça a importância da educação digital, com um diálogo aberto entre pais e filhos.
Segundo Henrique Nóbrega, diretor fundador da Ctrl+Play, rede de ensino de tecnologia e inovação, “ensinar crianças e adolescentes sobre segurança online é essencial para capacitá-los a navegar de forma responsável e prudente. Ao fornecer as habilidades e os conhecimentos necessários para proteger sua privacidade, identificar riscos e agir de maneira ética, ajudamos a formar uma geração de usuários digitais mais conscientes”.
No entanto, algumas abordagens podem acabar comprometendo esse aprendizado. Confira cinco erros comuns e como evitá-los:
1. Não conscientizar sobre os riscos
Evitar o assunto não protege os jovens, pelo contrário, os deixa vulneráveis a ameaças como cyberbullying, fraudes, exposição de dados pessoais e acesso a conteúdo inadequado. O primeiro passo é explicar esses perigos de forma clara e acessível. Quando entendem os riscos, eles aprendem a identificá-los e a se proteger.
2. Ignorar a importância da privacidade
A privacidade online é um dos pilares da segurança online, e não orientar sobre isso pode trazer consequências sérias. Os jovens precisam entender a necessidade de manter seus dados protegidos, evitar o compartilhamento de informações sensíveis e reconhecer golpes como phishing. Explicar o impacto da exposição indevida na internet ajuda a criar um senso de responsabilidade digital.
3. Deixar a criação de senhas sem supervisão
Senhas fracas ou repetidas são uma porta aberta para invasões. Sem orientação, os jovens podem criar combinações fáceis de serem descobertas ou usar a mesma senha para diversas contas. O ideal é ensinar a criar senhas robustas e exclusivas, incentivar a autenticação em duas etapas e garantir que um adulto tenha acesso seguro em casos de emergência.
4. Não estabelecer um controle parental
Muitos pais acreditam que monitorar o uso da internet significa invadir a privacidade dos filhos, mas, na verdade, o controle parental é uma ferramenta de proteção. Aplicativos de monitoramento permitem acompanhar atividades, limitar tempo de tela e bloquear conteúdos impróprios. O ideal é estabelecer regras claras e adaptar os recursos de segurança à idade da criança ou adolescente.
5. Evitar um diálogo aberto
A falta de conversa pode impedir que os filhos relatem situações preocupantes. Criar um espaço de confiança é essencial para que os jovens se sintam à vontade para compartilhar dúvidas e pedir ajuda quando necessário. Segundo Nóbrega, “pais, educadores e outros adultos de confiança desempenham um papel vital ao oferecer orientação e suporte durante a jornada digital dos jovens”.
Garantir a segurança online das crianças e adolescentes exige mais do que regras e bloqueios: é fundamental educar com empatia e diálogo. Usar ferramentas de controle parental, ensinar boas práticas e manter um canal aberto de conversação são estratégias essenciais para formar cidadãos digitais mais seguros e conscientes.
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