Rita de Cássia Corrêa, que acusa Leandro Lehart de estupro e cárcera privado, cedeu entrevista detalhada ao ‘Fantástico’ no último domingo (18). A vítima descreveu o crime praticado pelo cantor em 2019, além dos efeitos que o trauma gerou em sua vida desde então.
“A minha vida hoje ela é feita de dores psicológicas, físicas, de limitações. Eu quis conversar com o senhor [o repórter Valmir Salaro] de uma maneira que mostrasse a todos a indignação que sinto. Esse monstro que cometeu todas essas atrocidades comigo em uma noite”, começou desabafando.
Segundo ela, a aproximação com o líder do Art Popular teve início dois anos antes dos abusos. “Eu troquei uma mensagem elogiando o trabalho dele. Por inbox numa rede social, ele acabou me respondendo. Ele, vendo ali que eu tocava piano e trabalhei com música, me convidou para que eu fosse até a sua residência para que eu pudesse conhecer o estúdio e tocar piano”, relembrou.
A mulher aceitou o convite para visitá-lo na zona norte de São Paulo (SP) e, depois deste, vieram outros encontros entre eles. Em cinco deles, aconteceram relações sexuais. “Sempre muito educado, muito gentil, muito cortês”, garantiu Rita.
A situação mudou em 2019, quando Leandro teve um comportamento “violento e degradante”, segundo a vítima: “Ele me convidou para subir para o quarto dele que ficava no andar de cima da casa. Eu consenti e subi. Ele parou e perguntou: ‘Vamos ao banheiro para terminarmos lá? Porque de lá já poderíamos tomar um banho’. Eu não vi maldade nisso. Em sair ali do quarto e terminar ali no banheiro a relação sexual”.
No banheiro, a vítima afirmou que Leandro a imobilizou de maneira agressiva para ejacular em sua boca sem consentimento. “Eu já comecei a me debater, e pedindo para ele parar. E tentando tirá-lo de cima de mim, mas não conseguia. Ele ainda se masturbou até chegar ao orgasmo”, disse.
O cantor ainda a deixou trancada no banheiro até que, tempos depois, chamou um motorista de aplicativo e permitiu que ela fosse embora. Desde então, Rita enfrenta sérios problemas emocionais e até já tentou tirar a própria vida devido ao trauma.
CONDENAÇÃO
Leandro Lehart foi condenado a 9 anos, 7 meses e seis dias de prisão pelo estupro e cárcere privado de Rita de Cássia Corrêa, porém pode recorrer em liberdade, pois foi condenado em 1ª instância. Ele nega as acusações, mas os prints das mensagens em que confessa o abuso e as transações financeiras apresentados pela vítima serviram como prova do crime.
O cantor ainda pode recorrer. Conforme o Conselho Nacional do Ministério Público, a primeira instância, onde, em geral, começam as ações, é composta pelo juiz de direito de cada comarca, pelo juiz federal, eleitoral e do trabalho. A segunda instância, onde são julgados recursos, é formada pelos tribunais de Justiça e de Alçada, e pelos tribunais regionais federais, eleitorais e do trabalho. A terceira instância são os tribunais superiores (STF, STJ, TST, TSE) que julgam recursos contra decisões dos tribunais de segunda instância.