O cantor Vitão, de 22 anos, falou recentemente sobre intimidade e o processo de autoconhecimento em que está mergulhando. Em entrevista à revista GQ Brasil, ele abriu o jogo sobre estar redescobrindo sua sexualidade.
De acordo com o músico, questionar sua heterossexualidade — orientação sexual que acreditou ter até o momento — tem sido libertador. Além disso, Vitão reflete sobre o tema a partir de construções estéticas, como roupas e maquiagem.
Recentemente, o cantor vem passando por uma mudança no visual, adotando peças confeccionadas para o público feminino e usando maquiagem. No entanto, ele deixa claro que essas escolhas não têm a ver com sua sexualidade, mas sim com liberdade de expressão.
“Gosto de causar um certo espanto nas pessoas, gosto de causar debate e questionamento. Muito da roupa, hoje em dia, serve para comunicar. Essa diversidade de poder ser qualquer coisa que eu quiser, ou ser vários artistas em um, vem muito da pluralidade. Eu quero comunicar isso e estabelecer esse diálogo com os homens e meninos da minha geração: A gente pode sair dessa caixinha”, revelou Vitão à GQ Brasil.
O músico também falou sobre a redescoberta de sua sexualidade: “Não sei exatamente onde me encaixo. Até então sempre me vi como um homem hétero, sempre gostei de mulheres, mas cada vez mais entendo que talvez sexo seja mais do que apenas isso”.
Vitão continuou dizendo que tem se entendido de outras formas e se relacionado com pessoas diferentes. “Estou namorando comigo mesmo, um momento de autoconhecimento”, afirmou.
DESABAFO NAS REDES SOCIAIS
Além de sua entrevista à revista GQ Brasil, Vitão foi às redes sociais repercutir sobre a concepção de sexualidade: “O meu questionamento é justamente sobre o conceito de sexualidade que a gente tem no nosso mundo. E como isso acaba encaixotando a gente de todas as formas, aprisionando a gente em muitos momentos. E como isso é um grande determinador social de respeito, poder, de como as pessoas te veem, te respeitam ou não”, iniciou.
O cantor prosseguiu dizendo: “Será que isso não é muito mais uma criação social e religiosa do que de fato nossa natureza como ser humano?”. Por fim, Vitão concluiu refletindo sobre os rótulos e as definições que cercam as pessoas:
“Talvez a gente seja menos complicado que isso, talvez a gente só goste de se encostar mesmo, de se amar, independente de gênero, roupa, de qualquer coisa, de órgão sexual. Ou você é bi, ou gay, ou hétero, ou alguma da outras siglas. E isso acaba determinando tudo na nossa vida… Por que tem que ser assim? Será que isso existe realmente na nossa natureza? Eu acho que não”, finalizou.