A influenciadora Shantal Verdelho deu mais detalhes do que teria acontecido durante o parto da filha, Domênica, em depoimento à polícia. Ela acusa o médico Renato Kalil de violência obstétrica.
De acordo com a colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo, que teve acesso ao depoimento, ela afirma que o ginecologista insistiu para que ela fizesse uso do medicamento abortivo Misoprostol para acelerar o trabalho de parto, realizado em setembro passado, quando ela já estava com 40 semanas de gestação.
Antes de tomar qualquer coisa, porém, a influenciadora decidiu pesquisar sobre o medicamento, além de consultar outra obstetra e sua fisioterapeuta pélvica. Ambas alertaram que ela poderia correr risco de morrer, fazendo com que Shantal optasse por não fazer uso da droga. As duas, inclusive, serão ouvidas pela polícia nesta semana.
LESÃO CORPORAL
Mônica Bergamo também contou que Shantal passou por exame de corpo de delito no IML (Instituto Médico Legal), na terça-feira passada (21) para averiguar se o procedimento realizado por Renato Kalil durante o parto gerou lesão corporal na vagina.
Isso porque, em trecho do vídeo feito por Matheus Verdelho durante o parto, o obstetra diz que Shantal ficou “arregaçada”, porque não quis fazer uma episiotomia — procedimento em que o períneo da mulher é cortado. O Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de SP) está investigando o caso para saber se houve problema de conduta por parte do obstetra.
De acordo com Shantal, o médico ainda praticou a chamada manobra de Kristeller em seu parto – prática na qual o médico pressiona a barriga da gestante para empurrar o bebê, algo contraindicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde, pois pode comprometer a saúde da mãe e do bebê.
NÃO ERA A INTENÇÃO
Em uma sequência de vídeos nos Stories, na última segunda-feira (20), ela iniciou dizendo que nunca planejou que a situação fosse vazada.
“A primeira atitude que tomei quando a minha ficha caiu foi falar diretamente com meu médico. Mas não estou aqui para falar dele, mas, sim, desse vazamento que aconteceu. Eu não joguei esses áudios e vídeos na internet, não contei essa história para muitas pessoas próximas a mim. Esses áudios e vídeos foram feitos por mim e colocados em um grupo de mães, em que a gente divide tudo de maternidade”, começou.
Segundo a influenciadora, o grupo de apoio em que compartilhou a história deveria ser sigiloso e, de forma alguma, era para ter viralizado na internet. “Nunca foi minha intenção tornar essa história pública. Essa história envolve muito mais do que os fatos que aconteceram. Essa história envolve minha intimidade, meu constrangimento, o nascimento da minha filha. Eu não queria que tivesse pulverizado desse jeito (…). Eu não concordo com esse massacre. Isso mexeu muito comigo”, acrescentou.