Não restam dúvidas de que um dos atores da nova geração que tem se destacado na teledramaturgia é Caio Manhente, que interpreta o Rafa em ‘Vai na Fé’. Aos 23 anos, o artista já coleciona diversos trabalhos na carreira, com projetos para serem lançados nos próximos meses. O que ninguém imagina, porém, é que o ator começou a atuar por causa de Xuxa Meneghel. “Grande privilégio”, reconhece.
Em entrevista exclusiva para a AnaMaria Digital, Caio diz ter “um orgulho muito grande” ao olhar para trás e ver como a atuação deixou de ser uma brincadeira de criança e tornou-se uma profissão. Isso porque tudo começou com o desejo de participar de um DVD da Rainha dos Baixinhos. Foi quando sua mãe o levou em uma agência e a família descobriu seu talento artístico.
Tanto que, em 2009, ele já fazia sua estreia na teledramaturgia interpretando Gabriel na novela ‘Viver a Vida’. De lá para cá, o ator emplacou diversos outros personagens em folhetins como ‘Cordel Encantado’ (2011), ‘Amor Eterno Amor’ (2012), ‘Boogie Oogie’ (2014), ‘Malhação’ (2016), ‘O Sétimo Guardião’ (2018), ‘Quanto Mais Vida, Melhor’ (2021), além de trabalhos para o cinema.
“É muito louco ver o quanto de coisa eu já fiz, isso é o mais legal. E eu tenho certeza que ‘Vai na Fé’ será um capítulo muito importante dessa história. Não é fácil transformar esse sonho em trabalho, em segurança financeira (não que eu tenha ainda), mas fazer isso ser uma coisa real e palpável, de levar para a vida, é um grande privilégio. Eu sou muito grato pela vida ter me dado essa oportunidade”, diz.
Ele, claro, não poderia deixar de citar a importância da Rainha dos Baixinhos em sua carreira. “Obrigado, Xuxa, por ter me despertado de alguma forma para isso”, afirma.
SEGUNDA OPÇÃO
Justamente por começar a carreira artística muito cedo, Caio sempre teve consciência das dificuldades da vida de ator, mesmo com todos os trabalhos que teve. Por isso, ele cursou Cinema na faculdade, pensando em ter uma segunda opção de trabalho, já que o audiovisual é o que o “encanta”.
“Por mais que eu seja muito privilegiado e tenha trabalhado muito, a gente sempre tem esse momento em que se pergunta se vai para frente”, admite. Ele ficou sem atuar por mais de um ano após integrar o elenco de ‘Boogie Oogie’, aos 14 anos. “Eu falava: ‘é isso, foi muito bom, mas agora eu tenho que ver o que vou fazer de verdade porque, pelo visto, isso já acabou’, lembro de ter essa sensação e é muito ruim porque é algo que a gente sente constantemente.”
Apesar de dizer que não sabe o que vai fazer após cada novela, Caio já tem projetos que serão lançados nos próximos meses. Um deles é ‘A Magia de Aruna’, uma série para a Disney+ que deve sair no segundo semestre, e o filme ‘O Velho Fusca’, em que atuou ao lado de Tonico Pereira e ainda não tem data para ser lançado.
EXPERIÊNCIA NA AMAZÔNIA
Em seu Instagram, Caio mostra um outro lado além da vida profissional: sua versão engajada em causas ambientais. O ator admite que não era muito interessado no assunto, mas mudou de opinião após os frequentes casos de destruição ambiental no Brasil.
“Eu sempre fui uma pessoa engajada politica e socialmente. É um tema que me interessa e que acho importante de falar porque, antes de tudo, sou um cidadão. O assunto meio ambiente não me despertava muita curiosidade, mas, nos últimos anos, a gente passou a entender que o processo de destruição ambiental – principalmente no Brasil – está ligada com nossas questões econômicas, políticas e sociais. Então, entendi que não fazia sentido que esse tema ficasse à parte, as coisas são todas uma só”, explica.
Tanto que ele viveu uma baita experiência na Amazônia, onde conheceu a comunidade indígena Tumbira, após uma parceria com o Greenpeace, famosa ONG internacional que defende causas ambientais. “Foi incrível porque eu já estava no meio da Amazônia, no meio do Rio Negro, numa comunidade com mais de 100 pessoas, que era liderada por um ex-madeireiro”, relembra.
“Que demais ver que a vida pode acontecer em comunidade com a natureza e dando oportunidade para as pessoas, gerando riqueza, mesmo com um acesso tão difícil. Ir para a Amazônia foi a sensação de que aquilo é a coisa mais importante do país”, conta. “É uma loucura isso existir e estar no Brasil”, afirma.