Stênio Garcia, que morreu nesta XXX-feira (XX) aos 91 anos, viveu muitas histórias de amor dentro e fora das novelas. O artista se casou cinco vezes, mas afirmou que seu primeiro ‘grande amor’ foi a primeira esposa, a atriz Cleyde Yáconis. O romance contou com prisão, abandono e mágoa. A seguir, relembre o casamento de 11 anos do ex-casal!
INÍCIO
Stênio e Cleyde se conheceram no grupo de teatro de Cacilda Becker, irmã da atriz, e logo resolveram se casar. Os dois trocaram alianças em 1958, em um casamento civil sem muitas extravagâncias. “Mal acabou a cerimônia, fomos para o ensaio da peça que estávamos fazendo juntos”, contou ela à jornalista Christiane Marcondes.
Ao EGO, ele afirmou que sua carreira foi impulsionada pela veterana: “Devo a ela todo meu aprendizado de vida, foi meu primeiro grande amor. Eu era praticamente um garoto recém-saído do teatro, aprendi tudo com ela, a ter disciplina, seriedade, a ter um processo humano de trabalho”.
Graças a influência de Cleyde, Stênio foi inserido no cenário teatral dos anos 1960. “A partir daí fiz grandes espetáculos, consegui estruturar minha carreira”, relembrou. Os dois amavam se aventurar juntos, e chegaram a passar cinco meses na Europa viajando em uma Kombi.
PRISÃO
Ambos os artistas passaram por dificuldades durante o período da Ditadura Militar. Cleyde, atriz e militante, foi presa por militares durante a temporada de ‘Vereda da Salvação’, de Jorge Andrade, em 1964.
Após sua morte, em abril de 2013, o ator citou o período com emoção: “Na época da ditadura, ela levantou bandeiras, foi presa, defendeu amigos como Flávio Rangel e Juca de Oliveira. Atriz completa, uma mulher fantástica, um ser humano que vai fazer falta.”
ABANDONO DE STÊNIO GARCIA
O episódio que mais marcou a história do ex-casal foi o fim do relacionamento, ocorrido em 1969. Stênio deixou um bilhete em um pedaço de papel de pão avisando que estava deixando a esposa para viver com outra mulher.
Em entrevista antes de sua morte, ela contou: “No dia em que ele saiu de casa, eu estava no hospital, ao lado da Cacilda, que enfrentava um aneurisma. A doença repentina dela já havia sido um choque emocional tão forte que neutralizou o golpe do bilhete de adeus. Quando ele me deixou, havia tantas coisas fundamentais para eu cuidar que o rompimento ficou em segundo plano”.
Ela afirmou ainda que nem pensou em procurá-lo para discutirem nada. “Liguei para o meu advogado e pedi que encaminhasse a papelada da separação. Arrumei tudo que ele tinha em casa e deixei na portaria da TV Excelsior, onde ele trabalhava. Nunca conversamos. Minha irmã estava morrendo e aquilo, para mim, era mais importante do que tudo. Eu raciocinava que o homem que tinha assinado aquele bilhete era um desconhecido e não o companheiro que eu supunha ter do meu lado. Enterrei a Cacilda e também aquela pessoa que tinha vivido comigo onze anos“, confessou Cleyde.
Mari Saade, atual esposa do ex-Globo, explicou o lado de Garcia ao jornal O Dia: “Stênio largou Cleyde sem avisar, deixando um bilhete num papel de pão, porque era um homem novo e, por isso, covarde. Stênio fez tudo errado, na hora errada, com a melhor mulher que ele teve”. Ela afirmou que o ator se sentiu culpado e foi perdoado pela ex.
ACIDENTE
Após a separação, Cleyde reencontrou o ex-marido durante as gravações de ‘Passione’, quando sofreu um acidente nas gravações e quebrou o fêmur. Stênio pontuou que o ferimento os reconectou.
“Consegui reestabelecer essa amizade que a gente teve, talvez num momento meio difícil para ela. Depois que nos separamos ficamos muito afastados, eu vim para o Rio de Janeiro e ela ficou em São Paulo, vivendo na chácara. Ela ficou muito retirada lá e eu constitui família aqui, então ficamos meio afastados. Há dois anos reestabelecemos o laço de amizade, foi através do acidente que ela teve em cena e a partir daí não me afastei mais. Na época ela me disse: ‘O momento foi de dor, mas valeu pelo reencontro'”.
A veterana faleceu aos 89 anos, após passar seis meses internada em um hospital paulistano. A famosa sofreu uma isquemia no dia 15 de abril de 2013.