Pepita foi convidada do ‘Portugal Show‘ da última sexta-feira (3). Dentre os muitos assuntos debatidos com Rafael Portugual, a cantora, que é transexual, refletiu e lamentou o preconceito sofrido por ser travesti – principalmente quando o assunto é a maternidade.
“Criar um filho, ainda mais eu sendo uma travesti no Brasil, pra mim uma das maiores dificuldades é que as pessoas entendam que sou mãe. O preconceito sempre foi meu vizinho no país que vivo. Mas depois que me tornei mãe acho que aumentou um pouco, piorou um pouco“, iniciou.
Em seguida, a mãe de Lucca Antonio, de um ano, exemplificou com uma das agressões veladas que jpa sofreu: “Das pessoas terem a cara de pau de bater no meu ombro e perguntar o que estou fazendo em fila de prioridade com uma criança de colo“.
“Acredito que existe o querer aprender e o respeito. Tem pessoas que acham que não são obrigadas a respeitar e entender, então faço do meu jeito e acabou […] Comecei a entender que o problema nunca está com o outro, sempre com você que me julga, me aponta”, continuou Pepita.
Pepita ainda aproveitou a oportunidade para mandar um recado para a audiência do programa: “Eu sou mãe, sou filha, sou esposa e sou uma travesti. E vivo em um país que meu corpo incomoda, minha voz incomoda, minha pele incomoda o outro”.
RELATO IMPORTANTE
Pepita, cantora e mulher trans, compartilhou sua experiência como travesti e mãe durante um evento especial pelo Dia do Orgulho LGBTQIA+. A artista é mãe de Lucca Antonio, de quase dois anos, fruto de seu relacionamento com Kayque Nogueira. Em seu discurso, Pepita ressaltou o orgulho que sente em ser uma travesti mãe em um país onde a expectativa de vida é baixa para pessoas trans.
“Eu tenho muito orgulho de ser uma travesti mãe em um país que me matam até os 35 anos, eu tenho 40 anos, sou mãe de um menino”, declarou Pepita, destacando a triste realidade enfrentada por travestis e transexuais no Brasil. Veja mais aqui.