Pedro Neschling, que está prestes a voltar para a televisão no remake de ‘Renascer’, falou sobre sua deficiência auditiva. O ator contou que é surdo desde pequeno e que abordar sua necessidade especial se tornou uma pauta importante para outras pessoas. “É minha obrigação falar sobre isso”, disse.
“Eu sou surdo a vida inteira e, há uns 30 anos, comecei a usar os aparelhos auditivos que eu uso hoje. Eles me ajudam a conseguir estar num ambiente barulhento, a trabalhar melhor, enfim, a ter uma vida social muito mais confortável”, contou para AnaMaria Digital, durante a festa de lançamento de ‘Renascer’, na noite de quarta-feira (17).
O ator afirmou que vê a necessidade de levantar a pauta para que outras pessoas que têm a mesma deficiência sejam representadas. “A gente tem uma sociedade que, de fato, não presta atenção nas pessoas com deficiência, e sinto quase que uma obrigação de falar sobre isso, porque recebo tanto feedback de gente que fala ‘poxa, eu tinha tanta vergonha’, ou ‘eu tenho um pai, uma mãe que tem problema, ou um filho’. E no momento que você começa a falar, a gente se sente mais confortável para estar aqui e tocar no assunto.”
Para Pedro, a sociedade brasileira ainda precisa “evoluir”. “Temos que olhar para as pessoas com deficiência como pessoas iguais. Na verdade, não somos nós, pessoas com deficiência, que temos que nos guardar, é a sociedade que tem que nos acolher. Então, quanto mais a gente falar sobre esse assunto, mais a sociedade evolui, mais o assunto ganha dimensão”, destacou.
DE VOLTA
Depois de dez anos, Pedro Neschling voltará para novelas. Ele será Eriberto, um personagem inédito, na segunda versão de ‘Renascer’. Na história, ele irá se apaixonar pela esposa do melhor amigo, interpretados por Sophie Charlotte e Rodrigo Simas. “O Eriberto é talarico do bem, se é que dá pra chamar assim, porque ele é honesto, não esconde. Não posso falar muito, mas vou só defendendo a história”, conta.
Por ser um papel criado para a releitura de ‘Renascer’, o ator afirmou que sua experiência está sendo diferente em relação aos colegas de elenco. “Todos eles têm alguma referência de como era e eu não. Eu entro num universo totalmente novo, mas, ao mesmo tempo, isso é bom porque eu tenho uma liberdade de criar e me divertir.”