Nelson Piquet se desculpou após usar um termo racista ao se referir ao campeão de Fórmula 1 Lewis Hamilton. Para isso, ele enviou um comunicado enviado à imprensa nesta quarta-feira (29), em que ressalta não ter tido a intenção de ofender o piloto britânico.
“O que eu disse foi mal pensado, e eu não vou me defender por isso, mas eu vou deixar claro que o termo é um daqueles largamente e historicamente usados de forma coloquial no português brasileiro como sinônimo de ‘cara’ ou ‘pessoa’ e nunca com intenção de ofender. Eu nunca usaria a palavra que estou sendo acusado em algumas traduções”, começou Piquet.
“Condeno veementemente qualquer sugestão de que a palavra tenha sido usada por mim com o objetivo de menosprezar um piloto por causa de sua cor de pele. Eu me desculpo com todos que foram afetados, incluindo Lewis, que é um grande piloto, mas a tradução em algumas mídias e que ahora circula nas redes sociais não é correta. Discriminação não tem espaço na F1 ou na sociedade e estou feliz em deixar claro meus pensamentos sobre isso”, completou.
REBATEU
Heptacampeão da Fórmula 1, Lewis Hamilton se pronunciou em português pela primeira vez nas redes sociais após o ex-piloto brasileiro, Nelson Piquet, usar a expressão “neguinho” em uma entrevista enquanto falava sobre a batida do britânico com Max Verstappen, o atual campeão da última edição do GP da Inglaterra.
“O neguinho [Lewis Hamilton] meteu o carro e não deixou [desviar]. O Senna não fez isso. O Senna saiu reto. O neguinho meteu o carro e não deixou [Verstappen desviar]”, disse Piquet.
“Vamos focar em mudar a mentalidade”, escreveu Hamilton no Twitter, logo após de retweetar uma mensagem de um seguidor dizendo: “E se Lewis Hamilton apenas tweetar: ‘Quem diabos é Nelson Piquet’ e então fechar o Twitter”.
Após sua vitória, Lewis também recebeu diversos ataques racistas de perfis na internet. Uma organização sem fins lucrativos ajudou a denunciar e banir mais de 30 contas na web por abusos raciais contra Hamilton.
O piloto, então, usou sua rede social para pedir e reforçar mudanças dentro do esporte. “É mais do que um termo. Essas mentalidades arcaicas precisam mudar e não têm lugar no nosso esporte. Fui cercado por essas atitudes e alvo da minha vida toda. Houve muito tempo para aprender. Chegou a hora da ação”, tweetou ele.
Há pelo menos quatro anos, o heptacampeão está à frente do combate contra o racismo dentro da F1. O campeão é criador da instituição Mission 44, em parceria com a Academia Real de Engenharia Britânica, que incentiva e facilita pessoas negras a participarem do esporte automobilístico.