Érico Brás coleciona um currículo extenso quando o assunto é a vida profissional: ator em novelas, séries e filmes, além de apresentador, cantor e humorista. Na cena desde 1999, o artista integra o novo folhetim das 18h da Globo, ‘Mar do Sertão’, e se lançou no mundo musical com o primeiro EP, ‘Sincérico Brásileiro’.
Em entrevista à AnaMaria Digital, Érico reconhece a dificuldade de produzir arte no Brasil, mas não vê isso como empecilho para trabalhar seus multitalentos. “Eu sou brasileiro e acho que nós podemos fazer diversas coisas, mas no Brasil é um pouco difícil. É mais fácil ser artista em outros países, porque lá significa fazer parte realmente da sociedade, é ser objeto de transformação reconhecido. Não me atenho a isso, porém. Acho que posso fazer tudo e preciso realizar os meus desejos.”
O artista encara seus trabalhos como uma “missão, uma arte de entregar a tradução da vida”. “Eu me vejo fazendo música, teatro, cinema, televisão, internet… Tudo o que me parecer sensato fazer, eu vou fazer. O grande barato do artista é isso, é fazer o que for bom pra humanidade, é traduzir a vida da melhor forma”, destaca.
SINCÉRICO BRÁSILEIRO
A atual vida profissional de Érico não se resume à nova novela ‘Mar do Sertão’, afinal, ele também apostou na indústria da música e lançou seu primeiro EP, o ‘Sincérico Brásileiro’, que já está disponível em todas as plataformas digitais.
Embora o projeto já fosse um desejo antigo do artista, foram algumas experiências – como a participação no ‘Popstar’ (TV Globo) – que o levaram a se jogar na música de maneira mais profissional. “Chegou uma hora que pensei: ‘preciso fazer isso com mais responsabilidade, mais direitinho’”, diz, revelando que a ideia do álbum surgiu durante o período crítico da pandemia de Covid-19.
O nome curioso do EP, por sua vez, não é em vão. Isso porque a essência do projeto é a sinceridade. “Tudo que cantei ali, eu cantei com a minha sinceridade enquanto artista, enquanto pessoa, enquanto cidadão, enquanto homem preto brasileiro. Então, o sincero é por estar cantando a minha sinceridade e o brasileiro é porque eu sou brasileiro e as primeiras sílabas ali tem o Brás né? Então brasileiro”, explica.
Ainda vai levar um tempo, no entanto, para Érico subir nos palcos para shows. Além de não ter tempo, o ator pretende criar um repertório próprio para encarar o desafio de se apresentar como cantor. “Já tinha dito que só vou fazer show depois do segundo ou terceiro disco, por já ter um repertório próprio. Não que não vá cantar músicas de outros artistas, mas eu prefiro cantar as minhas. Também já terei um público que deve ter apreciado mais o disco”, diz.
Tanto que ele já tem ideias para o próximo projeto e deu spoiler do possível nome: ‘Pretérico Brásileiro’. “Já comecei a compor músicas do próximo disco. É muito doido isso, porque fazer música é uma cachaça: quando você consegue achar um caminho, você não quer largar mais.”
MAIS UMA ABA NA CARREIRA
Ator, cantor, humorista e apresentador. Sim, para quem não lembra, Érico Brás estava no time de apresentadores do extinto ‘Se Joga’, da TV Globo, e também substituiu Marcos Mion às pressas na apresentação do show de aniversário de 50 anos de Ivete Sangalo. Embora tenham sido experiências muito breves, ele não descarta a possibilidade de voltar a comandar uma atração.
“Eu sou um artista e faço tudo com muito muito tesão, com muita vontade!. Ali foi mais uma aba que abriu na minha carreira. Eu tenho vontade de fazer outros programas, de fazer outras coisas e criar um programa pra mim. Isso está comigo”, garante.
PORTAS ABERTAS
Além da vida artística, Érico também é empresário. Entretanto, nem mesmo neste segmento ele deixa de abordar a arte, uma vez que vê seu restaurante, o ‘Ó Paí, Ó’, no Pelourinho, em Salvador (BA), como um espaço de portas abertas para outros artistas.
“Eu abri o restaurante, mas eu não sou cozinheiro e nem chef de cozinha. Aquilo, porém, funciona como um espaço de comunhão. Tem obras de arte, tem músicos locais que cantam, tocam e dançam. Então, as pessoas vão lá comer e se divertir. Elas estão naquele momento partilhando um axé”, diz.