O Ministério Público Federal (MPF) moveu-se para condenar o influenciador Júlio Cocielo devido a uma série de postagens racistas feitas por ele no Twitter, abrangendo o período de 2011 a 2018. Nove episódios de alegado preconceito racial foram identificados pelo MPF, marcando a etapa final do processo na primeira instância, cujo sigilo foi levantado em dezembro de 2023.
Em caso de condenação, Cocielo pode enfrentar uma pena de até cinco anos de prisão. O caso teve início durante a Copa do Mundo de 2018, quando o influenciador publicou que o jogador francês Mbappé “conseguiria fazer uns arrastão top na praia”. A reação negativa levou Cocielo a apagar cerca de 50 mil tweets e emitir um pedido de desculpas.
O procurador da República, João Paulo Lordelo, destacou nas alegações finais que, embora Cocielo seja um humorista, não há vestígios de tom cômico, crítica social ou ironia em suas mensagens. “As mensagens são claras e diretas quanto ao desprezo do réu pela população negra”, enfatizou.
Em novembro de 2023, o MPF apresentou as alegações finais, sublinhando que as mensagens de Cocielo reforçam estereótipos da população negra, sem qualquer sutileza ou abertura que permita entrever alguma forma de sátira. O MPF citou frases como “O Brasil seria mais lindo se não houvesse frescura com piadas racistas, mas já que é proibido, a única solução é exterminar os negros” e “nada contra os negros, tirando a melanina…”, consideradas ofensivas e prejudiciais.