Patrícia Linares começou a estudar biomedicina em uma universidade de Bauru, em São Paulo. A estudante sofreu um episódio de preconceito de suas colegas, apenas por ter 45 anos e buscar uma graduação. A influenciadora Mara Ferraz, que produz conteúdo voltado para o público feminino +40, desabafou sobre o ocorrido. “Barbárie intelectual”, declarou em entrevista à AnaMaria.
Em vídeo que viralizou nas redes sociais, três colegas de Patrícia disseram que a mulher deveria “estar aposentada” ao invés de estudar. A publicação gerou indignação na web pelo etarismo presente nas falas das moças. Para Mara Ferraz, empatia é a primeira palavra que vem à cabeça ao ver essa situação, já que as jovens não sabem os traumas que a rejeição pode causar na vida de outra pessoa.
“Precisamos erguer a cabeça frente o etarismo. Nunca pensei que fôssemos ter que explicar que não existe idade para estudar. Chegamos ao caos emocional sem precedentes. Uma barbarie intelectual! É muito grave, ver meninas tão doentes emocionalmente, sem gentileza, acolhimento, bondade, tolerância, com o que é diferente”.
A influenciadora ainda declarou que acredita que se fosse um homem na mesma situação, o comportamento delas seria diferente, já que provavelmente ele seria acolhido por meninos da classe e as meninas não teriam coragem de gravar um vídeo como fizeram com Patrícia.
“Mulheres precisam parar com essa competição lotada de ranço, rancores, inseguranças… Imagine se elas tivessem se juntado para incentivar mulheres maduras a voltarem para faculdade, escola… O vídeo poderia parar na ONU, elas seriam grandes meninas, valorizando grandes mulheres. Perderam a oportunidade, os homens são mais unidos!”, afirmou Mara Ferraz.
Para quebrar os preconceitos é preciso enfrentá-los e falar sobre o assunto. “Podemos usar nossos canais de comunicação para tentar amenizar as dores cauzadas por esse julgamento equivocado. Na verdade isso parece ser também um problema de educação, plantado dentro de uma sociedade machista”, declarou a jornalista. Para Mara, é preciso entender sob quais valores essas meninas foram educadas. “Quero acreditar que elas não pensaram para fazer o vídeo. Fizeram e se arrependeram, me faz bem pensar assim”, concluiu.