A família de Paulinha Abelha resolveu divulgar o laudo definitivo da morte da cantora, na última quinta-feira (31). Diferente do que foi especulado anteriormente, a artista não faleceu por causa do uso de medicamentos para emagrecer, que teriam desencadeado as complicações renais, hepáticas e neurológicas.
Nelson Bruni Cabral de Freitas, médico que assina o documento, concluiu que Paulinha morreu por causa de uma infecção. “O óbito da paciente ocorreu devido a um processo infeccioso no Sistema Nervoso Central, conforme consta na Certidão de Óbito, e não decorrente de Intoxicação Exógena medicamentosa”.
O especialista afirmou ainda que as lesões no fígado não tiveram relação com os remédios que foram prescritos pela nutróloga Paula Carvalho, que acompanhava a cantora, e nem com os medicamentos usados durante o período em que a artista ficou internada.
Além disso, Nelson ressaltou que não houve conduta inadequada por parte dos cuidadores de Paulinha.
A cantora morreu aos 43 anos, após ficar internada em estado grave por 12 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Ricardo Leite, diretor técnico do Hospital Primavera, onde a artista ficou hospitalizada, afirmou na ocasião que existiu a possibilidade de uma intoxicação medicamentosa. Entretanto, não havia certeza de que essa era a causa do coma profundo e do comprometimento renal, uma vez que ela fazia acompanhamento para controlar os remédios.
Na declaração de óbito, o hospital afirmou que a Paulinha morreu em razão de um “comprometimento multissistêmico”. A cantora teria sofrido uma série de inflamações e lesões causadas por alguma substância que correu em seu corpo.
CONFIRA O LAUDO DEFINITIVO NA ÍNTEGRA
“O presente parecer médico teve como objetivo apurar qual a patologia que motivou a internação e culminou com o evento morte da paciente Paula de Menezes Nascimento Leca Viana. De acordo com a documentação analisada, as lesões renais apresentadas pela paciente não possuem relação com uso de medicamentos. Baseado nos documentos médicos analisados, a lesão hepática não possui nexo causal com os medicamentos prescritos pela Clínica Cavallaro e durante a internação Hospitalar (Hospitais UNIMEDe Primavera). Exames realizados (Liquor) evidenciam uma infecção em Sistema Nervoso Central, com a celularidade demonstrando a hipótese diagnóstica de uma Meningite.
Não foi evidenciado a presença de conduta médica inadequada durante sua internação Hospitalar (Hospitais UNIMED ou Primavera). O tratamento instituído pelos citados Hospitais seguiu o protocolo específico e bibliografia médica atual, porém, houve uma rápida evolução para o óbito. Os medicamentos prescritos pela Clínica Cavallaro e durante a internação hospitalar (Hospitais UNIMED e Primavera) não causaram lesões e/ou intoxicação na paciente, ou seja, não existe nexo causal entre os medicamentos prescritos e o evento óbito.
Não há elementos para concluir que uma intoxicação alimentar desencadeou a patologia da paciente, porém, intoxicações alimentares podem causar lesões renal, hepática e cerebral, culminando em alguns casos com o óbito do paciente dependendo da gravidade da doença e a virulência do agente patológico. Não há elementos para estabelecer se a procura antecipada por atendimento médico neste caso poderia conter a evolução da doença. Contudo a procura rápida por atendimento médico é na maioria dos casos o ideal para obter sucesso em um tratamento médico, porém, a evolução da patologia apresentada pela paciente foi rápida e incontrolável evoluindo ao óbito. O óbito da paciente ocorreu devido a um processo infeccioso no Sistema Nervoso Central, conforme consta na Certidão de Óbito, e não decorrente de Intoxicação Exógena medicamentosa.
São Paulo/SP, 31 de março de 2022. Dr. Nelson Bruni C. F”.