Janja, a futura primeira-dama do Brasil, deu sua primeira entrevista na TV e falou sobre diversos temas. Feminista, a socióloga reconheceu que houve machismo por parte de quem estava ao redor de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a campanha eleitoral, mas fez questão de rebater tais comentários durante uma conversa com Poliana Abritta e Maju Coutinho, exibida no Fantástico do último domingo (13).
“Houve machismo porque talvez a figura do Lula por si só se bastasse e agora tem uma mulher do lado dele, não que complemente, mas que soma com ele algumas coisas”, disse. “Hoje acho importante que quem olhe para ele também me veja. Isso não acontecia antes. Só se olhava para ele. Hoje, ele tem um complemento, uma soma, que sou eu. Não é porque eu estou do lado dele. É porque eu sou essa pessoa propositiva, que não fica sentada, que vai e faz”, disse.
Além disso, ela negou que tenha planejado articulações políticas, ainda que tenha trabalhado e aparecido ao lado do presidente eleito a todo momento. Foi Janja quem ligou para Simone Tebet (MDB) após o final do primeiro turno. “Não tenho papel de articulação política. Pode até ter acontecido, mas não foi uma coisa planejada”, afirmou.
RESSIGNIFICAR
Jaja ainda afirmou que pretende ressignificar o conteúdo do que é ser primeira-dama, visando trabalhar “para as mulheres, para as pessoas, para as famílias, de uma forma geral, em um papel mais de articulação com a sociedade civil”, se inspirando na ex-primeiras dama da Argentina, Evita Perón, e dos Estados Unidos, Michelle Obama.
À Globo, a socióloga também firmou três compromissos para os próximos quatro anos: violência contra a mulher, racismo e a garantia de alimentação saudável para todos, além da transformação do ódio em relações mais saudáveis.
Janja também disse ser necessário reconciliar um país dividido: “Despertar um pouco de solidariedade e de compaixão numa parcela da população brasileira, que parece que deixou isso perdido em algum lugar”.
MACHISMO NA GLOBONEWS
A entrevista de Janja ao Fantástico foi dada antes da comentarista Eliane Cantanhêde, da GloboNews, criticar a atuação de Janja ao lado de Lula. Isso porque a futura primeira-dama foi nomeada como a responsável pela cerimônia de posse do presidente eleito, que será no dia 1º de janeiro.
“Ela já começou a participar de reunião, já vai dar palpite e daqui a pouco ela vai dizer quem pode ser ministro. Isso dá confusão. Se é assim na transição, imagina quando virar primeira-dama”, opinou a jornalista.
O tema gerou polêmica e comentários sobre a fala ter sido machista, o que foi negado pela jornalista.