Não tem sido nada fácil para João Gustavo, irmão de Marília Mendonça, lidar com as marcas que a morte da cantora deixou. A dor é tanta que o jovem chegou a revelar, em recente ao canal Splash, que pensou em desistir de sua promissora carreira musical.
Segundo João, ele e a dupla, Dom Vitor, tinham um trabalho pré-gravado antes do trágico acidente. Para ele, nada fazia sentido sem a presença da irmã: “Quando a Marília morreu, imaginei que o projeto musical da dupla tinha acabado. Não fazia sentido continuar. Se ela não está aqui para me ver, por que vou fazer?”, questionou.
A ideia de João só mudou após uma conversa sincera com a mãe, Ruth Dias, que o aconselhou a levar o legado de Marília adiante: “Virei essa chave conversando com a minha mãe. Ela nos passou muita força e incentivou que a gente continuasse. Era a vontade da Marília. Se a gente parasse, tudo seria em vão, e não paramos”,
Por fim, o cantor contou qual foi o maior exemplo que a sertaneja deixou: “O que ela me aconselhou que eu mais levarei para a vida é sobre ter sinceridade, personalidade, e não querer subir em ninguém.
“Minha irmã sempre tentava nos proteger, resolvia todos os problemas da dupla e falava: ‘Ninguém mexe com os meus meninos, não'”, completou.
ETERNA
A Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) do Senado aprovou o PL 4.009/2021, na última terça-feira (30). O projeto foi batizado ‘Lei Marília Mendonça’ pois visa evitar acidentes aéreos como o que tirou a vida da cantora há quase um mês. Agora, a proposta segue para votação na Câmara dos Deputados.
Criada pelo senador Telmário Mota (PROS) e relatada pela senadora Kátia Abreu (PP), a nova lei especifica que todas as linhas de transmissão, inclusive as de distribuição de energia elétrica, devem ser bem sinalizadas de maneira a serem identificadas pelos pilotos de aeronaves.
“As torres devem ser pintadas com cores que possibilitem ao piloto de aeronave identificá-las apropriadamente como sinal de advertência (…) As linhas de transmissão podem ainda utilizar esferas com cores de advertência de forma a permitir a sinalização para o tráfego aéreo em suas adjacências”, diz um trecho do projeto.
Essa necessidade veio à tona após a Polícia Civil apontar que uma das possíveis causas para o trágico acidente de Marília Mendonça foi o encontro com os cabos de uma torre de transmissão da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). A filha do piloto da aeronave, inclusive, anunciou que abrirá um processo contra a empresa, que poderia ter evitado a tragédia.
Além de Marília, outras quatro pessoas morreram na queda: o produtor Henrique Ribeiro, o tio e assessor Abicieli Silveira Dias Filho, o piloto Geraldo Medeiros Júnior e o copiloto Tarciso Pessoa Viana.