Foi durante uma aula de educação física que Dainara Pariz abaixou sua cabeça para usar o bebedouro e acabou tendo um choque térmico, resultando na sua primeira experiência de paralisia facial, com apenas 7 anos de idade. Desde então, a influenciadora transformou a Paralisia de Bell em propósito de vida e usa sua história para conscientizar outros que sofrem da mesma condição. Nesse percurso, no entanto, ela teve que lidar com comentários maldosos e enfrentou bullying por conta da sua aparência.
“O médico me permitiu continuar frequentando as aulas, mas éramos todos muito jovens para compreender a situação. Infelizmente, as outras crianças na escola começaram a me chamar de ‘cara torta’ e ‘boca caída’, e a professora, ainda assim, me colocou para fazer apresentações de trabalhos escolares, o que intensificou o bullying. Essas experiências eram dolorosas, especialmente quando eu continuei estudando nos anos seguintes com as mesmas pessoas e era constantemente lembrada por essas características, às vezes de maneira ofensiva por alguns alunos”, relata.
Para lidar com os comentários no começo, Dapariz costumava apenas sorrir e fingir que achava graça das piadas, mas por dentro se questionava o porquê daquilo ter acontecido com ela. Ao decorrer dos anos, sua postura mudou: “À medida que fui crescendo e me tornando mais consciente da minha aparência e um pouco mais vaidosa, comecei a tentar esconder uma parte do meu rosto atrás da minha franja. Deixei meu cabelo crescer e o usava para esconder”.
Com mais de 4 milhões de seguidores nas redes, ela também deu sua opinião sobre quem realiza esses ataques até hoje em seu Instagram: “As pessoas que fazem esse tipo de comentário são superficiais e vazias, já que só conseguem enxergar a sua aparência. Elas não se dão ao trabalho de olhar nada além disso, nem de considerar o que você já enfrentou, como isso afetou você e sua família, o quanto você já gastou com tratamentos, e ainda assim permanece forte”.
“COLOQUEM-SE NO MEU LUGAR”
“Sempre enxerguei a situação através desses olhos, e agora que já vivi isso tantas vezes, essa perspectiva se intensificou. Não busco mudar a mente das pessoas nem ser rude com elas, apenas busco proteger meus pais desses comentários, pois eles ainda se entristecem muito com isso, já que me viram sofrer por muito tempo e testemunharam tudo o que tive que enfrentar”, continua.
Atualmente, porém, Dainara diz que esses comentários diminuíram consideravelmente e acredita que isso se deu pelo fato dela ter tornado as pessoas ao seu redor mais conscientes da situação. Ela crê que as pessoas se sensibilizaram com seu sofrimento e história, já que documentou todo seu cotidiano, durante 2 anos. Por fim, ela deixa um recado: “Coloquem-se no meu lugar e vejam se conseguiriam suportar, ou então, imaginem alguém que vocês amam passando por isso, e terão a resposta”.
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