Geisy Arruda ganhou fama de um jeito nada lisonjeiro há 13 anos, após um caso de bullying tomar proporções nacionais ao destacar uma garota, moradora de Diadema, no ABC Paulista, pela forma como se vestia dentro de uma instituição de ensino.
Era novembro de 2009, quando centenas de alunos se aglomeravam nos corredores da extinta Uniban de São Bernardo do Campo, cidade vizinha a Diadema, para gritar frases misóginas contra ela, gravando e publicando ofensas no YouTube.
Com o caos instaurado, Geisy precisou deixar a universidade escoltada por policiais. Tudo por conta de um vestido rosa, que iniciava no ombro e terminava na metade das coxas, e foi taxado de “pequeno demais”, tornando-a motivo das ofensas e obrigando a aluna a vestir um jaleco para deixar o edifício.
O tumulto inusitado foi parar nas principais páginas de jornais do Brasil, mesclando o sensacionalismo da figura vaidosa da aluna com o machismo escancarado no comportamento dos alunos, que poderia soar como um delírio coletivo ou efeito manada nos dias atuais. Contudo, o caso se tornou um fenômeno midiático ao transformar Geisy Arruda em uma celebridade nacional. Atualmente, ela tem 4,2 milhões de seguidores no Instagram.
CONSEQUÊNCIAS
De acordo com o UOL, o vestido – comprado por apenas R$ 50 – virou uma referência ao caso, inspirando comentários contrários de diversas personalidades.
Na época com 20 anos, Geisy confessou o apreço em aparecer em revistas e dar entrevistas, mas negou a autopromoção em meio ao episódio traumatizante. Inclusive, solicitou justiça contra seus opressores na instituição, como disse em entrevista ao ‘Fantástico’, da TV Globo.
A Uniban, por sua vez, não apenas foi enquadrada pelo MEC, mas se tornou referência de omissão no caso, tendo de pagar R$ 60 mil de indenização para a aluna no ano seguinte. Por fim, acabou extinta dois anos depois, com suas dependências indo para outro grupo educacional – além de adquirir popularmente o apelido “Uniburca”, em referência à vestimenta usada por mulheres islâmicas.
DEPOIS DE TUDO
Mesmo com o valor alto da indenização [ao menos na época], Geisy conseguiu arrecadar ainda mais com a promoção de mídia. Em 2010, de acordo com a coluna ‘Zapping’ do jornal ‘Agora’, ela recebeu R$ 100 mil para posar nua pela revista Sexy. No mês seguinte, o Estadão revelou que a curiosidade popular valeu o valor alto, sendo a revista mais vendida da publicação adulta em três anos.
Após angariar as páginas jornalísticas, a vítima passou aparecer em veículos de entretenimento, chegando a participar de programas de diversas emissoras de TV. Também tornou-se repórter da RedeTV!, quando cobriu os bastidores do Carnaval e participou do ‘TV Fama’.
Hoje em dia, Geisy Arruda mantém um canal no YouTube e produz material adulto exclusivo para assinantes de seu perfil no OnlyFans, confessando o interesse em se manter acesa midiaticamente e investir nisso. Também se submeteu a diversas intervenções estéticas, além de aparições em programas de televisão. Tudo sem nunca esquecer o episódio que a tornou famosa, o que classificou como o “pior dia de sua vida”.