O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), declarou publicamente pela primeira vez que é homossexual, ao participar do programa ‘Conversa com Bial’, exibido na madrugada desta sexta-feira (2).
“Eu sou gay. E sou um governador gay, e não um gay governador, tanto quanto Obama nos Estados Unidos não foi um negro presidente, foi um presidente negro”, disse para o apresentador Pedro Bial.
Eduardo é o primeiro ocupante do cargo a falar publicamente do assunto. “Tenho orgulho disso. Não trouxe esse assunto, mas nunca neguei ser quem eu sou. Nunca criei um personagem”, afirmou.
Alvo de críticas e especulações nas redes sociais, o político disse que passou por inseguranças antes de entender sua sexualidade. “Mas foi um processo, para mim, de aceitação, de entendimento, afinal também fui criado dentro de uma cultura que tentou dizer para mim e pra todas as pessoas que isso era errado.”
Ele ressaltou que nunca disse que não era gay, mas que não falava sobre o assunto. “A minha orientação sexual toca na minha vida e a política é como eu posso tocar na vida dos outros. O que eu posso transformar as pessoas é com a minha capacidade como gestor e não por ser ou não gay”, completou.
Leite disse ainda que atualmente os políticos demonstram ser algo que não são e afirmou que “muito deles tem muita coisa a esconder”. “Não é a minha orientação sexual, que não é algo errado, que vai ser escondido”, destacou.
Pedro Bial disse que a declaração de Eduardo era histórica. “Tenho 40 anos de jornalismo e um fato desse podia há 20 anos acabar com a carreira de um político. Olha como o mundo mudou, que bom que o mundo mudou.”
Durante a entrevista, o governador revelou que está namorando há nove meses com um médico que mora no Espírito Santo. De acordo com a colunista Fábia Oliveira, do jornal O Dia, o rapaz em questão é Thalis Bolzan. Os dois teriam se conhecido na internet.
Vale lembrar que Leite aparece como um dos pré-candidatos à eleição para presidência da República de 2022 pelo PSDB. Ele disputa com o governador de São Paulo, João Doria, o senador Tasso Jereissati (CE) e o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio.